Para que serve o Camptosar?
Camptosar® (cloridrato de irinotecano tri-hidratado) é usado sozinho ou combinado para tratar pacientes com:
- Câncer de cólon ou reto com metástases, não tratado antes;
- Câncer de cólon ou reto com metástases que voltou ou piorou após tratamento com 5-fluoruracila;
- Câncer de pulmão de células pequenas e não pequenas;
- Câncer do colo do útero;
- Câncer de ovário;
- Câncer de estômago que voltou ou não pode ser operado.
Camptosar® é usado sozinho para tratar pacientes com:
- Câncer de mama que não pode ser operado ou voltou;
- Câncer de pele de células escamosas;
- Linfomas.
Como o Camptosar age no organismo?
Camptosar® é um remédio usado contra o câncer que atua bloqueando a enzima topoisomerase I, importante para a multiplicação das células. Esse bloqueio causa erros nas células do tumor, levando à sua morte. Os níveis máximos da substância ativa do Camptosar® geralmente são atingidos em até 1 hora após o fim da infusão de 90 minutos.
Quem não pode usar o Camptosar?
Camptosar® não deve ser usado por pacientes com alergia ao remédio ou qualquer componente da fórmula.
Como usar o Camptosar?
Camptosar® só deve ser preparado por profissional treinado.
Dose do Camptosar
Todas as doses de Camptosar® são aplicadas por infusão na veia durante 30 a 90 minutos.
Camptosar® é um remédio de uso hospitalar. O esquema de doses e o plano de tratamento devem ser definidos apenas pelo médico, conforme o tipo de câncer e resposta ao tratamento. Para mais informações sobre a dose, consulte seu médico ou a bula para profissionais.
Siga as orientações do seu médico sobre horários, doses e duração do tratamento. Não pare o tratamento sem orientação médica.
O que fazer se esquecer uma dose do Camptosar?
Como este é um remédio de uso hospitalar, o plano de tratamento é definido pelo médico. Se faltar a uma sessão de quimioterapia com este remédio, procure seu médico para reprogramar o tratamento.
Esquecer a dose pode prejudicar a eficácia do tratamento.
Em caso de dúvidas, busque orientação do farmacêutico ou médico.
Cuidados ao usar o Camptosar
Administração
Camptosar® deve ser usado sob supervisão médica especializada em quimioterapia para câncer.
O uso de Camptosar® nas situações abaixo deve ser avaliado considerando riscos e benefícios:
- Pacientes com fatores de risco (principalmente com estado geral comprometido).
- Casos raros que exigem tratamento imediato e prolongado contra diarreia combinado com alta ingestão de líquidos. Recomenda-se supervisão hospitalar.
Sintomas colinérgicos
Podem ocorrer sintomas como coriza, salivação aumentada, pupilas pequenas, lacrimejamento, suor excessivo, vermelhidão, batimentos cardíacos lentos e cólicas com diarreia nas primeiras horas após a aplicação. Esses sintomas podem surgir durante ou logo após a infusão, principalmente com doses mais altas. Em pacientes com esses sintomas, pode-se considerar o uso de atropina.
Vazamento
Embora Camptosar® não seja irritante para as veias, deve-se evitar vazamento e observar o local da aplicação por sinais de inflamação. Se ocorrer vazamento, recomenda-se lavar o local e aplicar gelo.
Problemas no fígado
Em estudos, menos de 10% dos pacientes tiveram alterações nos testes de função hepática. Isso geralmente ocorre em pacientes com metástases no fígado.
Problemas no sangue
Camptosar® frequentemente causa redução de células de defesa e anemia. Deve ser evitado em pacientes com grave insuficiência da medula óssea. Queda grave de plaquetas é rara. A redução de neutrófilos foi maior em pacientes que fizeram radioterapia.
Febre com redução de neutrófilos ocorreu em menos de 10% dos pacientes. Mortes por infecção generalizada após redução grave de neutrófilos foram relatadas. O tratamento deve ser interrompido temporariamente se ocorrer febre com redução de neutrófilos ou se a contagem for abaixo de 1000/mm³.
Pacientes com atividade reduzida de UGT1A1
Pacientes com síndrome de Crigler-Najjar ou síndrome de Gilbert têm maior risco de toxicidade no sangue após doses moderadas/altas de Camptosar®.
Em pacientes com síndrome de Gilbert deve ser administrada a dose inicial normal. Entretanto, estes pacientes devem ser monitorados quanto a toxicidade no sangue. Dose reduzida deve ser considerada se já tiveram toxicidade no sangue anteriormente.
Reações alérgicas
Foram relatadas reações alérgicas, inclusive reações graves.
Efeitos imunossupressores/Risco de infecções
Vacinas com microrganismos vivos ou atenuados em pacientes com imunidade baixa podem causar infecções graves. Vacinas vivas devem ser evitadas durante o tratamento com Camptosar®. Vacinas inativadas podem ser aplicadas, mas a resposta pode ser menor.
Diarreia tardia
Diarreia que ocorre mais de 8 horas após a aplicação pode ser prolongada, levando a desidratação, desequilíbrio de sais minerais ou infecção generalizada, podendo ser fatal. Geralmente surge após 5-11 dias da aplicação. Feridas no intestino grosso podem ocorrer.
Se ocorrer diarreia, avise o médico. A diarreia tardia deve ser tratada com loperamida logo após as primeiras fezes amolecidas. Em caso de desidratação, repor líquidos e sais minerais. Se houver parada dos movimentos intestinais, febre ou redução grave de neutrófilos, usar antibióticos.
Hospitalização é recomendada para diarreia nos casos:
- Diarreia com febre;
- Diarreia grave (precisa de soro na veia);
- Vômito com diarreia tardia;
- Diarreia persistindo após 48 horas de loperamida.
Após o primeiro ciclo, novos ciclos só devem começar quando o funcionamento intestinal voltar ao normal por pelo menos 24 horas sem remédio para diarreia. Se ocorrer diarreia grave, interrompa Camptosar® e retome com dose reduzida após recuperação.
Doença inflamatória crônica e/ou obstrução intestinal
Pacientes com obstrução intestinal não devem usar Camptosar®.
Náuseas e vômitos
Camptosar® pode causar náuseas e vômitos intensos, geralmente durante ou logo após a aplicação. Recomenda-se usar remédios contra náuseas pelo menos 30 minutos antes da infusão. Pacientes com vômito e diarreia tardia devem ser hospitalizados.
Problemas neurológicos
Tontura pode ocorrer e pode ser sinal de queda de pressão em pacientes desidratados.
Problemas nos rins
Aumento de creatinina ou ureia pode ocorrer. Houve casos de insuficiência renal aguda, geralmente por complicações infecciosas ou desidratação por náuseas, vômitos ou diarreia. Raros casos de problemas renais por destruição de células tumorais.
Problemas respiratórios
Falta de ar pode ocorrer. Em estudos iniciais, poucos pacientes tiveram problemas pulmonares graves. Doença pulmonar intersticial é rara durante o tratamento.
Fatores de risco para problemas pulmonares:
Doenças pulmonares anteriores, uso de remédios tóxicos para pulmões, radioterapia e uso de fatores de crescimento. Pacientes com esses fatores devem ser monitorados.
Outros cuidados
Como contém sorbitol, não é recomendado para pacientes com intolerância hereditária à frutose.
Uso na gravidez
Não existem estudos adequados em grávidas. Camptosar® causa malformações em animais. Pode causar danos ao feto.
Mulheres em idade fértil devem fazer teste de gravidez antes de usar. Evite gravidez durante o tratamento.
Mulheres devem usar métodos contraceptivos eficazes durante e por 6 meses após o tratamento. Homens devem usar métodos contraceptivos durante e por 3 meses após o tratamento.
Não use este remédio na gravidez sem orientação médica.
Informe imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez.
Uso na amamentação
O efeito em bebês é desconhecido. Devido ao risco de reações adversas graves, não amamente durante o tratamento. Em animais, o remédio passa para o leite.
Dirigir e operar máquinas
Camptosar® pode causar tontura ou problemas de visão nas primeiras 24 horas. Não dirija ou opere máquinas se tiver esses sintomas.
Atenção: Este remédio contém Açúcar, portanto, deve ser usado com cuidado em diabéticos.
Efeitos colaterais do Camptosar
Os seguintes efeitos adversos foram observados durante estudos com Camptosar®:
Estudos como remédio único, 100 a 125 mg/m2 semanal
Efeitos Adversos Graus 1 a 4 observados em mais de 10% dos pacientes:
Problemas digestivos | Diarreia tardia, náusea, vômitos, diarreia precoce, dor/cólica abdominal, falta de apetite, inflamação na boca |
Problemas sanguíneos | Redução de glóbulos brancos, anemia, redução de neutrófilos |
Problemas gerais | Fraqueza, febre |
Problemas metabólicos | Perda de peso, desidratação |
Problemas na pele | Queda de cabelo |
Problemas vasculares | Coágulos sanguíneos* |
*Incluem dor no peito, coágulos nas artérias, derrame, trombose, embolia pulmonar, parada cardíaca, infarto.
Estudos como remédio único, 300 a 350 mg/m2 a cada 3 semanas
Efeitos Adversos Grau 3 ou 4 observados em mais de 10% dos pacientes:
Problemas digestivos | Diarreia tardia, náusea, dor/cólica abdominal |
Problemas sanguíneos | Redução de glóbulos brancos, redução de neutrófilos |
Problemas na pele | Queda de cabelo |
Efeitos Adversos Grau 3 ou 4 observados em 1% a 10% dos pacientes:
Infecções | Infecção |
Problemas digestivos | Vômitos, diarreia precoce, prisão de ventre, falta de apetite, feridas na boca e sistema digestivo |
Problemas sanguíneos | Anemia, redução de plaquetas |
Problemas gerais | Fraqueza, febre, dor |
Problemas metabólicos | Desidratação, redução de líquidos corporais |
Problemas hepáticos | Aumento de bilirrubina |
Problemas respiratórios | Falta de ar |
Exames laboratoriais | Aumento da creatinina |
Efeitos Adversos Grau 3 ou 4 observados em menos de 1% dos pacientes:
Infecções | Infecção generalizada |
Problemas digestivos | Problemas retais, infecção por fungo |
Problemas gerais | Calafrios, mal-estar, dor nas costas |
Problemas metabólicos | Perda de peso, redução de potássio, redução de magnésio |
Problemas na pele | Vermelhidão, sinais cutâneos |
Problemas neurológicos | Alteração no andar, confusão, dor de cabeça |
Problemas cardíacos | Queda de pressão, desmaio, problemas cardiovasculares |
Problemas renais | Infecção urinária |
Problemas mamários | Dor nas mamas |
Exames laboratoriais | Aumento de enzimas hepáticas |
Outros efeitos relatados nos estudos:
- Coriza, salivação aumentada, pupilas pequenas, lacrimejamento, suor excessivo, vermelhidão facial, batimentos lentos, tonturas, vazamento, destruição de células tumorais e feridas no intestino.
Experiência após comercialização
- Problemas cardíacos: isquemia cardíaca em pacientes com doença cardíaca prévia.
- Problemas digestivos: obstrução intestinal, parada de movimentos intestinais, alargamento do intestino, sangramento digestivo, inflamação do intestino, perfuração intestinal, inflamação no pâncreas.
- Desidratação: problemas renais e insuficiência renal aguda, geralmente após infecções ou desidratação grave.
- Infecções: bacterianas, fúngicas e virais.
- Reações alérgicas: inclusive graves.
- Problemas musculares: cãibras e formigamento.
- Problemas neurológicos: distúrbios de fala.
- Problemas respiratórios: doença pulmonar intersticial, falta de ar, soluços.
- Exames laboratoriais: redução de sódio, aumento de enzimas hepáticas.
Informe ao seu médico o aparecimento de qualquer reação indesejada. Informe também à empresa.
Uso em grupos especiais
Crianças
A eficácia de Camptosar® em crianças não foi estabelecida.
Idosos
Recomendações específicas de dose podem se aplicar e dependem do esquema usado.
Problemas no fígado
Em pacientes com aumento de bilirrubina, a eliminação do irinotecano é reduzida, aumentando o risco de toxicidade sanguínea. Não foi estabelecido o uso em pacientes com bilirrubina acima de 3 vezes o limite normal. A função hepática deve ser monitorada.
Radioterapia
Pacientes que fizeram radioterapia abdominal/pélvica têm maior risco de redução da função da medula óssea. Exige cautela no tratamento.
Estado geral do paciente
Pacientes com estado geral comprometido têm maior risco de efeitos adversos. Pacientes com estado geral muito ruim não devem usar Camptosar®.
Câncer de estômago
Pacientes com câncer gástrico podem ter maior redução da função da medula óssea e outras toxicidades. Dose inicial mais baixa deve ser considerada.
Apresentações do Camptosar
Solução para Diluição para Infusão 20 mg/mL
Embalagens com 1 frasco de plástico âmbar com 2 ou 5 mL de solução.
Via de administração: na veia.
Uso adulto.
Cuidado: agente citotóxico.
Composição do Camptosar
Cada mL da solução contém:
20 mg de cloridrato de irinotecano tri-hidratado equivalente a 17,33 mg de irinotecano.
Outros componentes: sorbitol, ácido láctico, solução de hidróxido de sódio, solução de ácido clorídrico e água para injetáveis.
Superdose: o que acontece se tomar uma dose maior?
Doses únicas de até 750 mg/m2 foram administradas. Os efeitos adversos foram semelhantes aos das doses recomendadas. Não existe antídoto. Deve-se tratar com medidas de suporte para evitar desidratação e infecções.
Em caso de superdose, procure socorro médico imediatamente e leve a embalagem. Ligue para 0800 722 6001.
Interações com outros remédios
O uso de Camptosar® com inibidores de suas enzimas pode aumentar sua concentração no organismo. Médicos devem considerar isso ao usar com:
Cetoconazol
Reduz a eliminação do Camptosar®, aumentando a exposição ao SN-38. Deve ser suspenso pelo menos 1 semana antes do tratamento.
Sulfato de atazanavir
Pode aumentar a concentração do SN-38. Médicos devem considerar isso ao usar juntos.
Anticonvulsivantes
Anticonvulsivantes como carbamazepina, fenobarbital ou fenitoína reduzem a exposição ao SN-38. Tenha cautela ao trocar anticonvulsivantes.
Erva de São João
Reduz a exposição ao SN-38. Deve ser suspensa pelo menos 1 semana antes do tratamento.
Bloqueadores neuromusculares
Pode prolongar ou bloquear o efeito de bloqueadores neuromusculares.
Remédios contra câncer
Efeitos como redução da medula óssea e diarreia podem ser piores se usado com outros remédios contra câncer que causam efeitos semelhantes.
Dexametasona
Pode aumentar a redução de linfócitos e elevar o açúcar no sangue.
Laxantes
Podem piorar a diarreia.
Diuréticos
O médico pode suspender diuréticos durante o tratamento e em períodos de vômitos/diarreia.
Bevacizumabe
Não afeta a farmacocinética de Camptosar®.
Vacinas
Vacinas vivas devem ser evitadas. Vacinas inativadas podem ser aplicadas, mas com resposta reduzida.
Informe ao seu médico sobre outros remédios em uso. Não use medicamentos sem orientação.
Como o Camptosar age no organismo?
Resultados de eficácia
Câncer Colorretal
Estudos mostraram que irinotecano combinado com 5-fluorouracila e leucovorin melhora taxas de resposta, tempo até progressão do tumor e sobrevida comparado a 5-fluorouracila/leucovorin isolados. Como remédio único em pacientes que tiveram piora após tratamento anterior, mostrou taxa de resposta global de 15%.
Câncer de Pulmão
Em câncer de pulmão de células não pequenas, como remédio único, taxas de resposta de até 30%. Combinado com cisplatina, taxa de resposta de 52%. Em câncer de pulmão de células pequenas, taxas de resposta de 33-47% em pacientes previamente tratados. Combinado com cisplatina, melhor sobrevida que etoposídeo/cisplatina.
Outros cânceres
Em câncer do colo do útero, ovário, estômago, mama, pele e linfomas, estudos mostraram atividade antitumoral com taxas de resposta variáveis.
Características farmacológicas
Mecanismo de ação
Irinotecano e seu metabólito ativo SN-38 bloqueiam a enzima topoisomerase I, causando danos ao DNA durante a replicação, levando à morte celular.
Farmacocinética
Após infusão intravenosa, concentrações plasmáticas decaem com meia-vida de cerca de 6 horas para irinotecano e 10 horas para SN-38. Ligação a proteínas plasmáticas: irinotecano 30-68%, SN-38 ~95%. Metabolizado no fígado. Eliminação ainda não completamente elucidada.
Segurança pré-clínica
Em animais, mostrou toxicidade para tecidos de rápida proliferação (medula óssea, intestino). Causou malformações em animais. Pode causar danos reprodutivos.
Como guardar o Camptosar?
Conservar em temperatura ambiente (15-30°C), protegido da luz. Não congelar, mesmo diluído. Descartar sobras adequadamente.
Número de lote e validade: vide embalagem.
Não use após o vencimento. Mantenha na embalagem original.
Aspecto do produto
Solução clara, amarela clara, sem partículas visíveis.
Verifique o aspecto antes de usar. Se houver alteração, consulte o farmacêutico.
Mantenha fora do alcance de crianças.
Alertas importantes
Uso restrito a hospitais.
Este produto é de uso hospitalar e deve ser manipulado apenas por pessoal treinado.
Informações legais
MS - 1.2110.0434
Farmacêutica Responsável:
Andrea T. Nichele
CRF-SP nº 44063
Registrado por:
Pfizer Brasil Ltda.
Rua Alexandre Dumas, 1.860
CEP 04717-904 - São Paulo – SP
CNPJ nº 61.072.393/0001-33
Fabricado e Embalado por:
Pfizer (Perth) Pty Ltd.
Bentley – Austrália.
Importado por:
Pfizer Brasil Ltda.
Rodovia Presidente Castelo Branco, nº 32501, km 32,5
CEP 06696-000 - Itapevi - SP – Brasil
Uso restrito a hospitais.
Venda sob prescrição médica.
Cuidado: agente citotóxico.