Para que serve o Daptomicina ABL Brasil?
Daptomicina é usado para tratar as seguintes infecções:
Infecções graves da pele e tecidos moles
Infecções graves da pele e tecidos moles causadas por bactérias Gram-positivas sensíveis.
Daptomicina age apenas contra bactérias Gram-positivas. O uso combinado com outros remédios pode ser necessário se as bactérias causadoras da infecção incluírem organismos Gram-negativos ou anaeróbios.
Infecção no sangue (bacteremia) por Staphylococcus aureus
Infecção no sangue (bacteremia) por Staphylococcus aureus, incluindo casos associados a infecção no coração (endocardite do lado direito), causadas por bactérias sensíveis.
Daptomicina age apenas contra bactérias Gram-positivas. O uso combinado com outros remédios pode ser necessário se as bactérias causadoras da infecção incluírem organismos Gram-negativos ou anaeróbios.
As recomendações oficiais sobre o uso adequado de antibióticos devem ser consideradas.
Quando não devo usar o Daptomicina ABL Brasil?
Daptomicina não deve ser usado por pacientes com alergia conhecida à Daptomicina ou a qualquer componente do remédio.
Como usar o Daptomicina ABL Brasil?
Daptomicina é aplicado na veia (via intravenosa), por injeção de 2 minutos ou infusão de 30 minutos.
Incompatibilidades
Daptomicina não pode ser misturado com líquidos que contenham glicose.
Além dos nove medicamentos listados abaixo, outros remédios não devem ser adicionados ao frasco ou à bolsa de Daptomicina, nem aplicados na mesma veia, pois existem poucos dados sobre compatibilidade. Se a mesma veia for usada para outros remédios, lavar com solução compatível antes e depois da aplicação.
Soluções e remédios compatíveis
Daptomicina pode ser misturado com soro fisiológico 0,9% e solução de Ringer lactato.
Os seguintes remédios podem ser aplicados na mesma veia junto com Daptomicina em bolsas separadas: aztreonam, ceftazidima, ceftriaxona, gentamicina, fluconazol, levofloxacina, dopamina, heparina e lidocaína.
Preparo da solução de Daptomicina
Daptomicina é fornecido em frascos de dose única com 500 mg de pó. Não contém conservantes. Técnicas estéreis devem ser usadas no preparo.
Como preparar o frasco de Daptomicina para obter concentração de 50 mg/mL:
Daptomicina aplicado por infusão de 30 minutos
Observação: para evitar formação de espuma, NÃO agite o frasco vigorosamente.
- Remova a tampa do frasco para expor a parte central da rolha de borracha;
- Limpe a rolha com algodão embebido em álcool 70% e espere secar. Após a limpeza, não toque na rolha;
- Adicione lentamente 10 mL de soro fisiológico 0,9% no frasco, usando agulha estéril fina (calibre 21 ou menor) ou dispositivo sem agulha, apontando para a parede do frasco;
- Gire suavemente o frasco para umedecer todo o pó;
- Deixe descansar por 10 minutos;
- Faça movimentos circulares suaves até obter solução homogênea;
- Retire a solução reconstituída (50 mg/mL) com agulha estéril fina;
- Dilua esta solução com soro fisiológico 0,9% (volume típico de 50 mL).
Antes de usar, verifique se há partículas na solução.
Daptomicina aplicado por injeção de 2 minutos
Observação: para evitar formação de espuma, NÃO agite o frasco vigorosamente.
- Remova a tampa do frasco para expor a parte central da rolha de borracha;
- Limpe a rolha com algodão embebido em álcool 70% e espere secar. Após a limpeza, não toque na rolha;
- Adicione lentamente 10 mL de soro fisiológico 0,9% no frasco, apontando para a parede do frasco;
- Gire suavemente o frasco para umedecer todo o pó.
- Deixe descansar por 10 minutos;
- Faça movimentos circulares suaves até obter solução homogênea;
- Retire a solução reconstituída (50 mg/mL) com agulha estéril fina.
Antes de usar, verifique se há partículas na solução.
Dosagem do Daptomicina
Dosagem e uso em adultos.
Infecções graves da pele e tecidos moles
Daptomicina 4 mg/kg aplicado na veia, diluído em soro fisiológico uma vez ao dia por 7 a 14 dias ou até melhora da infecção, por injeção de 2 minutos ou infusão de 30 minutos. Não usar mais de uma vez ao dia e verificar os níveis de creatina fosfoquinase (CPK) no início e semanalmente.
Infecção no sangue por Staphylococcus aureus (bacteremia)
Daptomicina 6 mg/kg aplicado na veia, diluído em soro fisiológico uma vez ao dia por 2 a 6 semanas, por injeção de 2 minutos ou infusão de 30 minutos. O tempo de tratamento depende do diagnóstico médico. Não usar mais de uma vez ao dia e verificar os níveis de CPK no início e semanalmente.
Grupos especiais
Problemas nos rins
Como Daptomicina é eliminado principalmente pelos rins, ajuste da dose é necessário para pacientes com função renal reduzida (depuração de creatinina < 30 mL/min), incluindo pacientes em hemodiálise ou diálise peritoneal.
A dose recomendada para esses pacientes é 4 mg/kg (infecções da pele) ou 6 mg/kg (infecção no sangue) a cada 48 horas. Pacientes em hemodiálise podem receber três doses por semana. Quando possível, aplicar Daptomicina após a hemodiálise nos dias de tratamento.
Não é necessário ajuste para pacientes com depuração de creatinina ≥ 30 mL/min.
Em pacientes com problemas nos rins, monitorar função renal e CPK mais frequentemente.
Problemas no fígado
Não é necessário ajuste para pacientes com problemas leves a moderados no fígado (Child-Pugh Classe B). Não há dados para pacientes com problemas graves no fígado (Child-Pugh Classe C).
Pacientes idosos
Não é necessário ajuste para idosos com depuração de creatinina ≥ 30 mL/min.
Crianças e adolescentes
Segurança e eficácia em menores de 18 anos não foram estabelecidas. Dados existentes estão descritos, mas não há recomendação de dose. Não usar em bebês menores de 1 ano devido a riscos observados em estudos com animais.
Sexo
Não é necessário ajuste baseado no sexo.
Obesidade
Não é necessário ajuste para pacientes obesos.
Precauções ao usar Daptomicina ABL Brasil
Reações alérgicas graves (anafilaxia)
Reações alérgicas graves podem ocorrer com antibióticos, incluindo Daptomicina. Se ocorrer reação alérgica, pare o remédio e inicie tratamento adequado.
Pneumonia
Daptomicina não é indicado para pneumonia. Estudos mostraram que não funciona para pneumonia porque é inativado no pulmão.
Efeitos nos músculos
Aumento de CPK no sangue, dores musculares, fraqueza e/ou rabdomiólise foram relatados durante tratamento com Daptomicina.
Recomenda-se:
- Monitorar pacientes para dores musculares ou fraqueza, principalmente nas extremidades.
- Verificar níveis de CPK no início e semanalmente, e mais frequentemente se o paciente usa remédios para colesterol (como estatinas).
- Se a CPK subir, monitorar mais vezes.
- Parar Daptomicina se o paciente tiver sintomas inexplicáveis de problemas musculares com CPK > 1.000 U/L (5 vezes o normal) ou sem sintomas mas com CPK > 2.000 U/L (10 vezes o normal).
- Considerar parar temporariamente remédios para colesterol durante tratamento com Daptomicina.
Problemas nos nervos (neuropatia periférica)
Médicos devem ficar atentos a sinais de problemas nos nervos em pacientes usando Daptomicina.
Pneumonia eosinofílica
Pneumonia eosinofílica já foi relatada em pacientes usando Daptomicina. Os sintomas incluem febre, falta de ar e infiltrados nos pulmões. Geralmente ocorre 2-4 semanas após início do tratamento e melhora quando Daptomicina é interrompido e inicia-se corticoide. Se ocorrerem esses sinais, avalie imediatamente e pare Daptomicina.
Diarreia por Clostridium difficile
Diarreia associada a Clostridium difficile pode ocorrer com antibióticos. Se suspeitar ou confirmar, pode ser necessário parar Daptomicina e tratar adequadamente.
Infecção no sangue persistente por S. aureus
Pacientes com infecção persistente ou recorrente devem repetir exames de sangue. Se positivo para S. aureus, testar sensibilidade da bactéria e avaliar focos de infecção. Cirurgia ou mudança de antibiótico podem ser necessários.
Bactérias resistentes
O uso de antibióticos pode favorecer bactérias resistentes. Se ocorrer nova infecção durante tratamento, tomar medidas adequadas.
Grupos especiais
Problemas nos rins
Em pacientes com problemas nos rins, monitorar função renal e CPK mais frequentemente.
Crianças e adolescentes
Não usar em bebês menores de 1 ano devido a riscos observados em estudos com animais.
Interferência em exames
Interações remédio-exames
Foi observado falso aumento do tempo de protrombina (TP) e INR quando usados certos reagentes.
Gravidez e amamentação
Mulheres que podem engravidar
Não há recomendações específicas.
Gravidez
Daptomicina só deve ser usado na gravidez se benefício superar risco para o bebê. Estudos em animais não mostraram danos ao feto.
Amamentação
Daptomicina passa pouco para o leite materno. Mulheres devem evitar amamentar durante tratamento.
Este remédio é categoria B na gravidez, portanto não deve ser usado por grávidas sem orientação médica.
Fertilidade
Poucos dados sobre efeitos na fertilidade humana. Estudos em ratos não mostraram prejuízo.
Efeitos colaterais do Daptomicina ABL Brasil
Resumo das reações adversas em estudos clínicos
Durante estudos clínicos com Daptomicina, foram relatadas as seguintes reações adversas.
Reações adversas estão listadas por sistema do corpo.
Dentro de cada sistema, as reações estão classificadas por frequência (mais comuns primeiro).
Frequências:
- Muito comuns: ≥ 1/10 (≥ 10%);
- Comuns: ≥ 1/100 e < 1/10 (≥ 1% e < 10%);
- Incomuns: ≥ 1/1.000 e < 1/100 (≥ 0,1% e < 1%);
- Raras: ≥ 1/10.000 e < 1/1.000 (≥ 0,01% e < 0,1%);
- Muito raras: < 1/10.000 (< 0,01%).
Frequências em estudos clínicos
Infecções
- Comum: Infecções por fungos, infecção urinária, candidíase.
- Incomum: Fungos no sangue, candidíase vaginal, candidíase oral.
Problemas no sangue
- Comum: Anemia.
- Incomum: Aumento de eosinófilos, aumento de gânglios, aumento de plaquetas, aumento de glóbulos brancos, redução de plaquetas.
Metabolismo e nutrição
- Incomum: Perda de apetite, açúcar alto no sangue, desequilíbrio de sais, magnésio baixo, aumento de bicarbonato.
Problemas psiquiátricos
- Comum: Ansiedade, insônia.
- Incomum: Confusão mental, alucinações.
Problemas no sistema nervoso
- Comum: Tontura, dor de cabeça.
- Incomum: Formigamento, alteração do paladar, tremores, irritação nos olhos, movimentos involuntários.
Problemas de visão
- Incomum: Visão embaçada.
Problemas de ouvido
- Incomum: Vertigem, zumbido.
Problemas cardíacos
- Incomum: Arritmia, fibrilação atrial, palpitações, parada cardíaca.
Problemas vasculares
- Comum: Pressão alta, pressão baixa.
- Incomum: Vermelhidão.
Problemas digestivos
- Comum: Dor abdominal, prisão de ventre, diarreia, náusea, vômito, gases, inchaço.
- Incomum: Má digestão, inflamação na boca, boca seca, desconforto no estômago, dor na gengiva, dormência na boca.
Problemas no fígado
- Rara: Amarelamento da pele (icterícia).
Problemas na pele
- Comum: Erupções cutâneas, coceira.
- Incomum: Urticária, eczema, bolhas na pele.
Problemas musculares e articulares
- Comum: Dor nas pernas/braços.
- Incomum: Dor nas juntas, dor muscular, fraqueza muscular, cãibras.
Problemas renais e urinários
- Incomum: Falha renal, proteína na urina, lesão renal.
Problemas genitais
- Incomum: Inflamação vaginal.
Reações gerais
- Comum: Reações no local da aplicação, febre, cansaço.
- Incomum: Fadiga, calafrios, reações alérgicas.
Exames laboratoriais
- Comum: Aumento da CPK no sangue, alterações no fígado (TGO, TGP ou fosfatase alcalina altas).
- Incomum: Aumento de LDH no sangue, aumento de creatinina, aumento de INR, fósforo alto, fosfatase alcalina alta, TGO alto, TGP alto.
- Rara: Tempo de protrombina prolongado.
Reações após comercialização
As seguintes reações foram relatadas após o remédio estar no mercado. Como foram relatadas espontaneamente, a frequência é desconhecida.
Problemas no sangue
Redução de plaquetas.
Infecções
Diarreia por Clostridium difficile.
Problemas no sangue
- Redução de plaquetas.
- Problemas nos nervos.
- Anemia, reações alérgicas graves (anafilaxia, inchaço, DRESS), pneumonia eosinofílica, coceira, urticária, falta de ar, dificuldade para engolir, vermelhidão no tronco.
Problemas no sistema nervoso
Problemas nos nervos.
Problemas respiratórios
Pneumonia eosinofílica*, tosse, pneumonia organizada.
Problemas na pele
Reações graves na pele, incluindo Síndrome de Stevens-Johnson e bolhas, com ou sem mucosas.
Problemas musculares
Rabdomiólise.
Exames laboratoriais
Aumento de mioglobina, redução de plaquetas.
Reações gerais
Febre.
Em caso de efeitos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária - NOTIVISA (www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa) ou para a Vigilância Sanitária local.
Interações do Daptomicina ABL Brasil com outros remédios
Daptomicina tem pouco ou nenhum metabolismo no fígado. É improvável que afete outros remédios.
Interações que requerem atenção
Interferência em exames
Daptomicina pode causar falso aumento do tempo de protrombina (TP) e INR quando usados certos reagentes.
Se encontrar TP/INR anormalmente alto em paciente usando Daptomicina:
- Repita o exame coletando sangue imediatamente antes da próxima dose.
- Avalie outras causas de aumento de TP/INR.
Interações importantes
Experiência com uso combinado de remédios para colesterol (estatinas) e Daptomicina é limitada. Considere parar temporariamente as estatinas durante tratamento.
Outras interações
Daptomicina foi estudado com aztreonam, tobramicina, varfarina, sinvastatina e probenecida. Não afetou varfarina ou probenecida, nem estes afetaram Daptomicina. Não foi significativamente alterado por aztreonam.
Pequenas alterações ocorreram com tobramicina. Cuidado ao usar juntos.
Experiência com varfarina é limitada. Monitorar atividade anticoagulante nos primeiros dias de tratamento combinado.
Como o Daptomicina ABL Brasil funciona?
Resultados de eficácia
Infecções graves da pele e tecidos moles
Estudos compararam Daptomicina (4 mg/kg/dia) com vancomicina ou penicilinas antiestafilocócicas em adultos. Pacientes podiam mudar para remédio oral após 4 dias se melhorassem. Pacientes com infecção no sangue foram excluídos. Foram 534 pacientes tratados com Daptomicina e 558 com comparador. Condições como diabetes eram comuns.
Tabela 1 - Diagnóstico inicial
- | Estudo DAP-SST-9801 | Estudo DAP-SST-9901 | ||
Diagnóstico | Daptomicina N=264 | Comparador N=266 | Daptomicina N=270 | Comparador |
- | N (%) | N (%) | N (%) | N (%) |
Infecção de ferida | 99 (38%) | 116 (44%) | 102 (38%) | 108 (37%) |
Abscesso grande | 55 (21%) | 43 (16%) | 59 (22%) | 65 (22%) |
Infecção em úlcera de diabético | 38 (14%) | 41 (15%) | 23 (9%) | 31 (11%) |
Outra infecção em úlcera | 33 (13%) | 34 (13%) | 30 (11%) | 37 (13%) |
Outra infecção | 39 (15%) | 32 (12%) | 56 (21%) | 51 (18%) |
Taxas de sucesso foram semelhantes entre Daptomicina e comparador, atendendo critérios de não inferioridade.
Infecção no sangue por S. aureus
Estudo comparou Daptomicina (6 mg/kg/dia) com vancomicina ou penicilinas antiestafilocócicas (com gentamicina nos primeiros 4 dias) em adultos. Foram excluídos pacientes com válvulas cardíacas artificiais, material intravascular, entre outros. Total de 246 pacientes (124 Daptomicina, 122 comparador).
Características iniciais eram semelhantes. 37-38% tinham S. aureus resistente. Maioria tratada por >14 dias.
Taxas de sucesso foram comparáveis, atendendo critérios de não inferioridade.
Mortes ocorreram em 18/120 (Daptomicina) e 19/116 (comparador). Entre falhas, alguns pacientes tiveram bactérias menos sensíveis durante tratamento.
Pneumonia
Daptomicina não é eficaz para pneumonia.
Como age no organismo
Grupo farmacoterapêutico: antibiótico. Código ATC: J01XX09.
Mecanismo de ação
Daptomicina é um lipopeptídeo cíclico que age contra bactérias Gram-positivas, incluindo resistentes. Mata bactérias ao ligar-se às suas membranas e causar perda de função.
Resistência é incomum. Pode ocorrer redução de sensibilidade durante tratamento.
Age rápido e depende da concentração.
Como o corpo processa (farmacocinética)
Distribuição
Volume de distribuição é ~0,1 L/kg. Liga-se a proteínas do sangue (90-93%). Não passa bem para cérebro ou placenta.
Metabolismo
Não é metabolizado no fígado. Não afeta enzimas que processam outros remédios.
Eliminação
Eliminado principalmente pelos rins. Meia-vida de 7-9 horas. 78% da dose sai na urina.
Grupos especiais
Idosos: Eliminação 35% menor.
Crianças: Eliminação maior em menores de 12 anos.
Problemas nos rins: Eliminação reduzida. Ajuste necessário se depuração <30 mL/min.
Problemas no fígado: Sem alterações em casos leves/moderados.
Obesidade: Exposição 30% maior.
Amamentação: Passa pouco para leite.
Estudos em animais
Em animais, causou efeitos em músculos e nervos, reversíveis após parar. Não causou câncer ou danos genéticos. Em ratas grávidas, passou pela placenta mas não causou malformações.