Para que serve Cytovinex?

Cytovinex pode ser usado em combinação com outros medicamentos para tratar leucemia linfoide aguda, doença de Hodgkin, linfomas não Hodgkin (tipos linfocíticos, de células mistas, histiocíticos, não diferenciados, nodulares e difusos), rabdomiossarcoma, neuroblastoma, tumor de Wilms, câncer nos ossos, micose fungóide, sarcoma de Ewing, câncer do colo do útero, câncer de mama, melanoma maligno, câncer de pulmão de pequenas células e tumores ginecológicos em crianças.

Pacientes com púrpura trombocitopênica idiopática que não respondem ao tratamento convencional podem se beneficiar com este medicamento.

Cytovinex também pode ser usado com outros remédios para tratar alguns tipos de câncer infantil, como:

  • Neuroblastoma, câncer nos ossos, sarcoma de Ewing, rabdomiossarcoma, tumor de Wilms, doença de Hodgkin, linfoma não Hodgkin, câncer de ovário embrionário e rabdomiossarcoma do útero.

Quem não pode usar Cytovinex?

Cytovinex não deve ser usado por pacientes alérgicos a qualquer componente da fórmula e por pacientes com a forma desmielinizante da Síndrome de Charcot-Marie Tooth.

Não há restrições por idade.

Categoria de risco na gravidez: D.

Este remédio não deve ser usado por grávidas sem orientação médica. Informe imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez.

Como usar Cytovinex?

Cytovinex deve ser aplicado apenas na veia (via intravenosa) semanalmente. A aplicação na coluna vertebral é fatal.

Pode ser diluído em água destilada ou soro fisiológico. Não misture no mesmo frasco com outros medicamentos. Não utilize soluções que alterem o pH.

A aplicação deve ser feita por profissionais experientes em quimioterapia. Cuidado extremo no cálculo da dose, pois excesso pode causar efeitos graves ou fatais. A dose depende da doença e dos medicamentos associados. Problemas neurológicos estão relacionados à dose.

Certifique-se que a agulha ou cateter estejam corretamente na veia antes da aplicação. Se houver vazamento para fora da veia, pare imediatamente e aplique o restante em outra veia. Em caso de vazamento, pode-se usar hialuronidase e calor local para reduzir desconforto.

Evite infusão prolongada sempre que possível. Não use em pacientes recebendo radioterapia no fígado.

A aplicação deve ser feita em cerca de 1 minuto. Como a quimioterapia geralmente usa vários medicamentos juntos, escolha remédios com diferentes ações e toxicidades.

Doses recomendadas


Doses usuais de Cytovinex:

Adultos

  • 0,4 a 1,4 mg/m2 por semana ou 0,01 a 0,03 mg por Kg de peso a cada 7 dias. Para adultos com bilirrubina acima de 3 mg/mL, reduza a dose pela metade. Dose máxima por aplicação: 2 mg.

Crianças

  • 1,5 a 2 mg/m2 por semana. Para crianças com até 10 kg: 0,05 mg/kg/semana. Com bilirrubina acima de 3 mg/mL, reduza a dose pela metade.

Problemas no fígado

  • Dose inicial de 0,05 a 1 mg/m2. Ajuste as próximas doses conforme tolerância.

Idosos

  • Têm maior risco de efeitos neurológicos.

Quando usado com L-asparginase, aplique Cytovinex 12 a 24 horas antes da enzima para evitar aumento da toxicidade.

Cuidados ao usar Cytovinex

Aplique apenas na veia. Não use em músculos, sob a pele ou na coluna. Aplicação na coluna é fatal.

Profissionais experientes devem verificar se a agulha está corretamente na veia antes da aplicação.

Em caso de aplicação acidental na coluna, é necessária cirurgia imediata para evitar paralisia fatal.

Em adultos, a paralisia pode ser controlada com:

  • Remoção do líquido da espinha.
  • Colocação de cateter e irrigação com solução especial.
  • Infusão de plasma fresco.
  • Drenagem contínua do líquido da espinha.
  • Medidas adicionais:
    • Ácido glutâmico via veia e depois por boca.
  • Ácido folínico por veia.
  • Vitamina B6 por veia.

A eficácia destas medidas ainda não é clara.

Como Cytovinex não atravessa bem a barreira cerebral, use medicamentos específicos para leucemia no sistema nervoso.

Pacientes com problemas neurológicos ou usando remédios que afetam os nervos precisam de dose ajustada.

Ajuste a dose em pacientes com problemas no fígado, icterícia ou radioterapia no fígado.

Em contato acidental com os olhos, lave imediatamente com água. Pode causar irritação grave.

Exames necessários

Problemas neurológicos dependem da dose. Acompanhamento clínico é essencial para ajustar doses. Após aplicação, alguns pacientes podem ter redução de glóbulos brancos ou plaquetas. Faça hemograma completo antes de cada dose. Níveis de ácido úrico podem subir no tratamento de leucemia aguda - monitore nas primeiras semanas.

Cuidado com pacientes que tenham doenças neuromusculares ou pulmonares7.

Monitore TGO, TGP, bilirrubina e LDH para evitar danos no fígado7.

Gravidez e amamentação

Categoria de risco na gravidez: D.

Não use sem orientação médica se estiver grávida. Informe seu médico em caso de suspeita de gravidez.

Cytovinex pode causar danos ao feto. Estudos em animais mostraram malformações. Mulheres em idade fértil devem evitar gravidez durante tratamento.

Não se sabe se aparece no leite materno, mas pelo risco de efeitos graves no bebê, decida entre parar amamentação ou tratamento, considerando a importância para a mãe.

Grupos especiais

Idosos

Avalie a necessidade do tratamento pois têm maior risco de efeitos colaterais.

Risco de câncer, mutações e fertilidade

Cytovinex pode aumentar risco de outros cânceres. Pode causar redução de espermatozoides ou interrupção da menstruação, às vezes permanente. Em crianças, esse risco é menor.

Efeitos colaterais do Cytovinex

Pacientes e familiares devem ser alertados sobre possíveis efeitos adversos. Geralmente são reversíveis e relacionados à dose.

O efeito mais comum é queda de cabelo, e os mais incômodos são problemas neuromusculares.

Com doses semanais, redução de glóbulos brancos, dor nervosa, prisão de ventre e dificuldade para andar geralmente duram menos de sete dias. Reduzir a dose diminui esses efeitos.

Queda de cabelo, formigamento, falta de coordenação, redução de reflexos e cansaço muscular podem persistir durante tratamento. Problemas neurológicos podem piorar com tratamento contínuo. Normalmente desaparecem em seis semanas após parar, mas podem durar mais. O cabelo pode voltar a crescer durante manutenção.

Neurológicos

Problemas nos nervos são o efeito mais comum. Começam com redução de sensibilidade e formigamento. Com tratamento contínuo, pode aparecer dor nervosa e depois problemas motores. Perda de reflexos, pé caído, falta de coordenação e paralisia podem ocorrer. Paralisia de músculos dos olhos ou garganta também foram relatadas. Dores em maxilar, garganta, ossos, costas e músculos podem ser graves. Convulsões, cegueira transitória e perda auditiva em idosos foram relatadas 25-31.

Alergia

Raros casos de reações alérgicas como anafilaxia, erupções e inchaço.

Digestivos

Prisão de ventre, cólicas abdominais, perda de peso, náuseas, vômitos, feridas na boca, diarreia, paralisia intestinal e falta de apetite. Prisão de ventre pode causar bloqueio intestinal. Dor abdominal com reto vazio pode confundir diagnóstico. Use laxativos preventivamente. Pancreatite foi relatada 32.

Renais

Aumento do volume urinário, dor ao urinar e retenção urinária. Suspenda temporariamente outros remédios que causem retenção urinária.

Hepáticos

Danos no fígado associados ao uso 7. Incidência de 1,2% 33.

Sangue

Anemia, redução de glóbulos brancos e plaquetas. Plaquetas baixas podem melhorar com tratamento.

Leucemia

Estudo com crianças menores de 3 anos com tumores cerebrais mostrou incidência de 1,5% de leucemia secundária após tratamento combinado 36.

Cardiovasculares

Pressão alta ou baixa. Pacientes com radioterapia no peito podem ter maior risco de infarto. Dor no peito por vasoconstrição foi relatada 34.

Hormonais

Raros casos de desequilíbrio hormonal com perda excessiva de sódio na urina e sódio baixo no sangue. Melhora com restrição de líquidos.

Pele

Queda de cabelo e erupções cutâneas.

Respiratórios

Falta de ar e broncoespasmo. Às vezes fatal7.

Sistema reprodutor masculino

Relacionado com redução de espermatozoides em 51% dos pacientes adultos sobreviventes de câncer infantil 35.

Outros

Febre e dor de cabeça.

Em caso de efeitos adversos, notifique pelo Sistema VigiMed, disponível no Portal da Anvisa.

Overdose de Cytovinex: o que fazer?

Dose excessiva pode causar efeitos graves ou fatais. Sintomas incluem delírio, inconsciência, convulsões e morte. Nas primeiras 24 horas podem ocorrer náuseas, vômitos e febre. Outros efeitos: redução grave de células sanguíneas, sódio e potássio baixos, desequilíbrio hormonal.

Problemas nervosos, perda de reflexos, delírios, alucinações, coma, convulsões e morte podem ocorrer na primeira semana 37.

Crianças menores de 13 anos morreram após receber 10 vezes a dose. Adultos podem ter sintomas graves com doses acima de 3 mg/m2.

Em caso de overdose:

  • Reduza ingestão de líquidos e use diuréticos;
  • Previna convulsões com fenobarbital;
  • Previna paralisia intestinal com enemas ou descompressão;
  • Controle sistema cardiovascular;
  • Faça hemograma diário;
  • Use ácido folínico por veia.

Níveis do medicamento permanecem altos por pelo menos 72 horas.

Hemodiálise não ajuda. Pacientes com problemas no fígado têm maior risco. Em ingestão acidental, esvazie estômago e use carvão ativado.

Aplicação na coluna causa paralisia, coma e geralmente morte 37.

Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001.

Interações medicamentosas do Cytovinex

Cuidado com pacientes usando remédios que afetem o fígado ou com problemas hepáticos.

Itraconazol pode aumentar efeitos neurológicos adversos ao reduzir eliminação de Cytovinex 9-12. Nifedipino também pode potencializar toxicidade.

Fenitoína pode reduzir níveis sanguíneos do anticonvulsivante, aumentando risco de convulsões. Cytovinex é eliminado mais rápido com fenitoína ou carbamazepina 13.

Mitomicina C com Cytovinex pode causar broncoespasmo e falta de ar grave.

Cytovinex pode interagir com:

  • Alopurinol, colchicina, probenecida e sulfimpirazona: aumentam ácido úrico no sangue. Ajuste doses;
  • Asparaginase: pode aumentar neurotoxicidade. Use Cytovinex antes da asparaginase;
  • Bleomicina: Cytovinex potencializa ação;
  • Remédios que reduzem células sanguíneas ou radioterapia: podem piorar redução de células da medula;
  • Doxorrubicina com prednisona: aumenta depressão da medula;
  • Remédios que afetam nervos ou radiação na medula: podem causar problemas auditivos;
  • Isoniazida: neurotoxicidade grave 14;
  • Digoxina: pode reduzir efeito 15;
  • Varfarina: aumenta risco de sangramento 16-22;
  • Vacinas com vírus vivos: podem replicar e causar efeitos adversos. Evite durante tratamento.

Espere 3 meses a 1 ano após quimioterapia para vacinar. Adie vacina oral de pólio em familiares.

Medicamentos incompatíveis na veia

Furosemida

  • Forma precipitado imediato 23.

Idarrubicina

  • Muda cor da solução 24.

Como Cytovinex funciona?

Resultados de Eficácia


Estudos mostram que Cytovinex com prednisona é melhor que melfalano para sobrevida em mieloma múltiplo inicial. Protocolos com carboplatina e Cytovinex são eficazes para glioma em crianças.

Câncer do Colo do Útero

Estudo com 295 pacientes mostrou maior sobrevida com quimioterapia (Cytovinex, bleomicina e cisplatina) antes de cirurgia e radiação (65%) versus outros tratamentos 1.

Linfoma não-Hodgkin

Protocolo PACEBOM mostrou melhor sobrevida que CHOP para doença em estágio IV e pacientes abaixo de 50 anos 2.

Câncer de Pulmão de Pequenas Células

Dois tratamentos com resultados similares:

  • PE (cisplatina + etoposida) e CAV (ciclofosfamida + doxorrubicina + Cytovinex).

Alternar tratamentos não trouxe vantagens 3.

Referências Bibliográficas

[Lista de referências mantida conforme original]

Como age no organismo


Cytovinex é um quimioterápico derivado da planta pervinca. Sua baixa toxicidade para medula óssea permite uso combinado com outros quimioterápicos.

Mecanismo de ação

Bloqueia a divisão celular na fase de multiplicação, impedindo formação de estruturas essenciais. Liga-se à tubulina, dissolvendo microtúbulos e paralisando divisão celular.

Também pode afetar transporte de cálcio e síntese de RNA. Ação principal está relacionada à inibição da tubulina.

Não há resistência cruzada com outros derivados similares, mas pode ocorrer resistência múltipla a vários quimioterápicos.

Absorção e distribuição

Após aplicação na veia, concentra-se rapidamente nos tecidos. Liga-se a proteínas do sangue (75%). Volume de distribuição alto: 56-1165 L/m² (média 325 L/m²) 4.

Metabolismo e eliminação

Pouca penetração no líquido da espinha5. Transformado no fígado por enzimas CYP3A 5,6. Eliminado principalmente pelas fezes (80%) e urina (10-20%). Taxa de eliminação: 34-830 mL/min/m² (média 357 mL/min/m²) 4.

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