Para que serve o Citarabina Mylan?

Citarabina é usado principalmente para tratar leucemias não linfoides agudas em adultos e crianças, ajudando a alcançar e manter a remissão da doença. Também é eficaz contra outros tipos de leucemia, como leucemia linfoide aguda e leucemia mieloide crônica na fase agressiva. Pode ser usado sozinho ou combinado com outros remédios contra câncer, sendo que os melhores resultados geralmente acontecem quando usado em combinação.

As remissões alcançadas com Citarabina costumam ser curtas quando não são seguidas por tratamento de manutenção.

Em doses altas, combinado ou não com outros quimioterápicos, Citarabina mostrou-se eficaz para leucemia de alto risco, leucemia resistente a tratamento e leucemia que voltou após melhora.

Citarabina sozinho ou com outros medicamentos (metotrexato, succinato sódico de hidrocortisona) é aplicado por via espinhal para prevenir e tratar leucemia que atingiu as membranas do cérebro.

Quem não deve usar o Citarabina Mylan?

Citarabina é contraindicado para pacientes alérgicos à Citarabina ou a qualquer ingrediente do produto.

Como usar o Citarabina Mylan?

Doses Padrão

Para tratamento inicial de leucemia não linfoide aguda, a dose usual de Citarabina combinado com outros quimioterápicos é de 100 mg/m2/dia por infusão contínua na veia (dias 1-7) ou 100 mg/m2 na veia a cada 12 horas (dias 1-7).

Doses Elevadas

2-3 g/m2 por infusão na veia a cada 12 horas durante 1-3 horas por 2-6 dias, com ou sem outros quimioterápicos. Se usar dose alta, não utilize líquidos de diluição com álcool benzílico.

Doses sob a Pele

Geralmente, a dose varia de 20-100 mg/m2 dependendo do motivo do tratamento e do esquema de doses escolhido.

Consulte referências médicas atualizadas para recomendações de uso em leucemia.

Uso na espinha para leucemia nas meninges

Citarabina tem sido aplicado na espinha em leucemia aguda em doses de 5 mg/m2 a 75 mg/m2 de superfície corporal. A frequência varia de uma vez ao dia por 4 dias até uma vez a cada 4 dias. A dose mais comum foi 30 mg/m2 a cada 4 dias até normalização do líquido da espinha, seguido de tratamento adicional.

O esquema de doses geralmente depende do tipo e gravidade dos sintomas no sistema nervoso central e da resposta a tratamentos anteriores.

Citarabina tem sido usado na espinha junto com succinato sódico de hidrocortisona e metotrexato, tanto para prevenção em crianças recém-diagnosticadas com leucemia linfoide aguda, quanto para tratamento de leucemia que atingiu as meninges. Sullivan relatou que esse tratamento triplo preventivo evitou complicações tardias no sistema nervoso central com taxas de cura e sobrevida similares às de pacientes que usaram radiação no sistema nervoso central e metotrexato na espinha como prevenção inicial. As doses foram 30 mg/m2 de Citarabina, 15 mg/m2 de succinato sódico de hidrocortisona e 15 mg/m2 de metotrexato (dose máxima absoluta de 15 mg de metotrexato). O médico deve conhecer este esquema e notar que a dose de metotrexato em crianças é diferente, baseada na idade e não na superfície corporal.

O tratamento preventivo triplo após controle bem-sucedido de um episódio agudo nas meninges pode ser útil. O médico deve se atualizar com a literatura médica antes de iniciar este programa.

O uso de Citarabina na espinha pode causar efeitos tóxicos no corpo todo, sendo necessário acompanhamento cuidadoso do sistema sanguíneo. Pode ser necessário ajustar o tratamento antileucemia. Efeitos tóxicos graves são raros. Quando Citarabina é aplicado na espinha e na veia em poucos dias, há maior risco de toxicidade na medula; porém, se houver risco de morte, o médico deve decidir sobre o uso simultâneo.

O envolvimento localizado da leucemia no sistema nervoso central pode não responder ao Citarabina na espinha, sendo melhor tratar com radioterapia.

Compatibilidade com outros remédios

Citarabina é compatível com os seguintes medicamentos, em concentrações específicas, em soro glicosado 5% durante 8 horas: Citarabina 0,8 mg/mL e cefalotina sódica 1,0 mg/mL; Citarabina 0,4 mg/mL e fosfato sódico de prednisolona 0,2 mg/mL; Citarabina 16 mcg/mL e sulfato de vincristina 4 mcg/mL. Citarabina também é fisicamente compatível com metotrexato.

Uso em Crianças

Semelhante ao uso em adultos.

Uso em Idosos

Não há recomendações especiais para idosos até o momento, aplicando-se as informações técnicas já descritas.

Exclusivo Pó Liofilizado

Citarabina não funciona por via oral. A dose e o método de aplicação variam conforme o plano de tratamento. Pode ser administrado por infusão ou injeção na veia, sob a pele ou na espinha.

Alguns pacientes tiveram inflamação de veia no local da injeção ou infusão; raramente houve relatos de dor e inflamação nos locais de injeção sob a pele. Na maioria dos casos, porém, o medicamento foi bem tolerado.

Pacientes podem tolerar doses totais maiores quando recebem o remédio por injeção rápida na veia comparado com infusão lenta. Isso ocorre devido à rápida inativação do Citarabina e à curta exposição das células normais e cancerosas a níveis significativos do medicamento após injeção rápida. Células normais e cancerosas respondem de forma semelhante a esses diferentes modos de aplicação; nenhuma vantagem clínica importante foi comprovada para nenhum deles.

Uso na espinha para leucemia nas meninges

Ao preparar Citarabina para uso na espinha, não use líquidos de diluição com álcool benzílico. Muitos médicos reconstituem com soro fisiológico 0,9% sem conservantes e usam imediatamente.

A experiência clínica até agora sugere que o sucesso com Citarabina depende mais da habilidade em ajustar diariamente a dose para eliminar ao máximo as células leucêmicas com toxicidade tolerável, do que do esquema básico escolhido no início. Quase sempre ocorre toxicidade, exigindo ajuste de dose. Alguns esquemas relativamente bem-sucedidos preveem esta alteração, fornecendo o medicamento na dose máxima tolerada durante 5 dias a cada duas semanas, permitindo 9 dias de intervalo para descanso e recuperação. Estudos em animais indicam que as melhores taxas de resposta ocorrem quando o tratamento tem múltiplos ciclos de administração concentrada, resultando na capacidade do paciente de tolerar maior dose total com eliminação mais completa das células leucêmicas.

Se usado na espinha, Citarabina 100 mg não deve ser diluído com o líquido que acompanha a embalagem nem com outros contendo conservantes. A reconstituição com soro fisiológico a 0,9% sem conservantes é muito usada, devendo a solução ser usada imediatamente, descartando o que sobrar.

O que devo saber antes de usar o Citarabina Mylan?

Geral

Citarabina deve ser usado apenas por médicos experientes em quimioterapia para câncer.

No tratamento inicial, devem estar disponíveis recursos laboratoriais e de suporte para monitorar a tolerância ao remédio e proteger pacientes afetados pela toxicidade do medicamento. O principal efeito tóxico de Citarabina é a redução da medula óssea, causando diminuição de glóbulos brancos, plaquetas e anemia. Efeitos menos graves incluem náuseas, vômitos, diarreia e dor abdominal, feridas na boca e problemas no fígado.

O médico deve pesar os possíveis benefícios contra os conhecidos efeitos tóxicos da Citarabina.

Antes de decidir ou iniciar o tratamento, o médico deve conhecer estas informações:

Efeitos no Sangue

Citarabina reduz fortemente a medula óssea; o grau de redução depende da dose e do esquema usado. O tratamento deve começar com cuidado em pacientes com redução prévia da medula causada por medicamentos. Pacientes que usam este remédio devem ter supervisão médica rigorosa e, durante o tratamento inicial, a contagem de glóbulos brancos e plaquetas deve ser feita diariamente. Exames de medula óssea devem ser feitos frequentemente após o desaparecimento das células cancerosas do sangue. Considere parar ou modificar o tratamento se a redução da medula causar contagem de plaquetas abaixo de 50.000 ou glóbulos brancos abaixo de 1.000/mm3. As contagens sanguíneas podem continuar caindo após parar o remédio e atingir níveis mais baixos após 12 a 24 dias de interrupção. Quando indicado, reinicie o tratamento quando houver sinais claros de recuperação da medula. Recursos para tratar complicações possivelmente fatais da redução da medula (infecções por baixa imunidade e sangramentos por falta de plaquetas) devem estar disponíveis.

Houve reações alérgicas graves durante tratamento com Citarabina. Relatou-se choque anafilático que causou parada cardíaca e exigiu reanimação. Isso ocorreu logo após injeção na veia de Citarabina.

Tratamento com Doses Altas

Após doses altas de Citarabina (2-3 g/m2), houve relatos de toxicidade grave pulmonar, intestinal e no sistema nervoso central, às vezes fatal (diferente da observada com doses normais). Essas reações incluem toxicidade reversível nos olhos e conjuntivite com sangramento, que podem ser evitadas com colírio de corticoide; problemas cerebrais e cerebelares, geralmente reversíveis, incluindo mudanças de personalidade, sonolência, convulsões e coma; úlceras graves no intestino, incluindo formação de bolhas de ar levando à peritonite, infecção generalizada e abscesso no fígado; inchaço nos pulmões; dano ao fígado com aumento de bilirrubina; morte de partes do intestino e inflamação intestinal grave.

Houve casos graves e alguns fatais de toxicidade pulmonar e síndrome do desconforto respiratório em adultos e inchaço pulmonar com doses altas de Citarabina. Observou-se síndrome respiratória aguda que progrediu rapidamente para inchaço pulmonar com aumento cardíaco visível em raio-X após tratamento experimental com altas doses para leucemia que voltou.

Casos de dano no músculo cardíaco com morte foram relatados após tratamento experimental com altas doses de Citarabina combinado com ciclofosfamida, em preparação para transplante de medula óssea. Isso pode depender do esquema de doses.

Danos nos nervos periféricos ocorreram após combinação de altas doses de Citarabina, daunorrubicina e asparaginase em adultos com leucemia não linfoide aguda. Deve-se observar sinais de danos nos nervos em pacientes tratados com altas doses, pois ajustes no tratamento podem evitar problemas neurológicos permanentes.

Raramente, irritação cutânea severa levando a descamação foi relatada. Queda total de cabelo é mais comum com doses altas que com esquemas convencionais.

Quando aplicado rapidamente em altas doses na veia, pacientes frequentemente sentem náuseas e podem vomitar por horas após a injeção. Isso tende a ser menos grave se o remédio for dado por infusão lenta.

Tratamento com Doses Padrão

Dor abdominal (peritonite) e inflamação intestinal com sangramento oculto, junto com baixos glóbulos brancos e plaquetas, foram relatadas por pacientes tratados com doses padrão de Citarabina combinado com outros remédios. Estes pacientes responderam a tratamentos não cirúrgicos. Relatou-se casos de paralisia progressiva tardia causando morte em crianças com leucemia mieloide aguda tratadas com Citarabina em doses padrão na espinha e na veia com outros medicamentos.

Função do Fígado e Rins

O fígado humano metaboliza grande parte da dose de Citarabina. Pacientes com problemas renais ou hepáticos podem ter maior chance de toxicidade no sistema nervoso central após doses altas. Citarabina deve ser usado com cuidado e, se possível, em doses reduzidas nesses pacientes.

Devem ser feitos exames periódicos de medula, fígado e rins em pacientes em tratamento.

Neurológicos

Casos de reações neurológicas severas variando de dor de cabeça a paralisia, coma e sintomas semelhantes a derrame foram relatados, principalmente em jovens e adolescentes que receberam Citarabina na veia junto com metotrexato na espinha.

Síndrome da lise tumoral

Como outros quimioterápicos, Citarabina pode aumentar o ácido úrico no sangue devido à rápida destruição de células cancerosas. O médico deve monitorar os níveis de ácido úrico e tomar medidas de suporte se necessário.

Pancreatite

Inflamação aguda do pâncreas foi relatada em pacientes tratados com Citarabina combinado com outros remédios.

Efeitos na Imunidade/Risco de Infecções

Vacinas com vírus vivos ou enfraquecidos em pacientes com imunidade baixa por quimioterápicos como Citarabina podem causar infecções graves ou fatais. Vacinas com vírus vivos devem ser evitadas em pacientes usando Citarabina. Vacinas com vírus mortos ou inativos podem ser aplicadas; porém, a resposta à vacina pode ser menor.

Uso em Crianças

Os cuidados e advertências para crianças são os mesmos descritos para adultos.

Uso na Gravidez

Não há estudos em grávidas. Citarabina causa malformações em animais. O uso em mulheres grávidas ou que podem engravidar só deve ocorrer após avaliação de riscos e benefícios para mãe e feto. Mulheres em idade fértil devem evitar gravidez.

Filhos de mães expostas a Citarabina na gravidez (sozinho ou combinado) nasceram normais; alguns prematuros ou com baixo peso. Algumas crianças foram acompanhadas até 7 anos sem anormalidades. Uma criança aparentemente normal morreu aos 90 dias por gastroenterite.

Malformações foram relatadas, especialmente quando o feto foi exposto no primeiro trimestre. Incluem defeitos em braços, pernas, mãos, pés e orelhas.

Relatos de redução de todas as células sanguíneas, baixa imunidade, alterações em eletrólitos, aumento temporário de eosinófilos, elevação de IgM, febre alta, infecção generalizada e morte ocorreram em recém-nascidos expostos ao Citarabina no útero. Algumas eram prematuras.

Abortos terapêuticos foram realizados em mulheres em tratamento. Relatou-se fetos normais e fetos com baço aumentado e alteração cromossômica no tecido placentário.

Devido ao risco de malformações, principalmente no primeiro trimestre, a paciente que engravidar durante tratamento deve ser orientada sobre riscos para o feto e sobre continuar a gravidez. Há risco reduzido se tratamento começa no segundo ou terceiro trimestre. Embora tenham nascido crianças normais de mães tratadas em qualquer trimestre, recomenda-se acompanhamento dessas crianças.

Citarabina é classificado na categoria D de risco na gravidez, portanto, não deve ser usado por grávidas sem orientação médica. Informe imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez.

Uso na Amamentação

Não se sabe se este medicamento passa para o leite materno. Como muitos remédios passam para o leite e devido ao risco de reações graves em bebês, deve-se decidir entre parar amamentação ou tratamento, considerando importância do remédio para mãe.

Efeitos na Capacidade de Dirigir e Operar Máquinas

O efeito de Citarabina na capacidade de dirigir ou operar máquinas não foi avaliado sistematicamente.

Exclusivo Pó Liofilizado

Uso na Gravidez

O álcool benzílico, presente no líquido de diluição, pode passar pela placenta.

Síndrome do Gasping

Este produto não contém álcool benzílico, mas o líquido de diluição do pó liofilizado contém. O álcool benzílico foi associado a eventos graves, incluindo "Síndrome do Gasping" e morte em crianças. Embora doses normais deste produto geralmente entreguem quantidades menores de álcool benzílico que as relatadas em casos graves, a dose mínima tóxica não é conhecida. O risco depende da quantidade dada e da capacidade de processamento do fígado e rins. Bebês prematuros e com baixo peso podem ser mais vulneráveis. Se Citarabina for usado em altas doses ou na espinha, não use líquido de diluição com álcool benzílico. Soro fisiológico 0,9% sem conservantes pode ser usado para reconstituição.

Quais os efeitos colaterais do Citarabina Mylan?

Resumo do perfil de segurança

Problemas no Sangue e Sistema Linfático

Como Citarabina reduz a medula óssea, pode ocorrer anemia, baixa de glóbulos brancos, plaquetas baixas, megaloblastose e redução de reticulócitos. A gravidade depende da dose e esquema. Alterações na forma das células no sangue e medula podem ocorrer.

Após infusões contínuas por 5 dias ou injeções de 50 mg/m2 a 600 mg/m2, a redução de glóbulos brancos tem duas fases: queda inicial nas primeiras 24h, ponto mais baixo entre dias 7-9; leve recuperação até dia 12; nova queda mais intensa entre dias 15-24; depois recuperação rápida. A redução de plaquetas começa em 5 dias, atinge o ponto mais baixo entre dias 12-15, com recuperação rápida nos 10 dias seguintes.

Infecções

Infecções virais, bacterianas, fúngicas, parasitárias ou oportunistas podem ocorrer com Citarabina sozinho ou combinado, após doses que afetem a imunidade. Podem ser leves, graves ou fatais.

Problemas Musculoesqueléticos

Síndrome da Citarabina

Descrita por Castleberry, caracteriza-se por febre, dor muscular, dor óssea, às vezes dor no peito, irritação cutânea, conjuntivite e mal-estar. Geralmente ocorre 6-12h após aplicação. Corticoesteroides podem ajudar no tratamento ou prevenção. Se os sintomas forem tratáveis, considere usar corticoesteroides e continuar Citarabina.

Reações adversas por frequência:
  • Muito comuns (≥10%);
  • Comuns (≥1%, < 10%);
  • Incomuns (≥0,1%, < 1%);
  • Raras (≥0,01%, < 0,1%);
  • Frequência desconhecida (dados insuficientes).

Tabela de Reações Adversas (Doses padrão e altas)

Sistema do Corpo

Frequência

Reações Adversas
InfecçõesMuito comuns

Infecção generalizada, pneumonia, infecçãoa

Frequência desconhecida

Inflamação no local da injeção

Problemas no Sangue e Sistema LinfáticoMuito comuns

Falha da medula óssea, plaquetas baixas, anemia, anemia megaloblástica, glóbulos brancos baixos, diminuição de reticulócitos

Problemas no Sistema Imunológico

Frequência desconhecida

Reação alérgica grave, inchaço alérgico
Problemas de Nutrição e Metabolismo

Frequência desconhecida

Diminuição do apetite

Problemas no Sistema Nervoso

Frequência desconhecida

Neurotoxicidade, inflamação de nervos, tontura, dor de cabeça
Problemas Oculares

Frequência desconhecida

Conjuntiviteb
Problemas Cardíacos

Frequência desconhecida

Inflamação no coração, batimento cardíaco lento
Problemas Vasculares

Frequência desconhecida

Inflamação de veia
Problemas Respiratórios

Frequência desconhecida

Falta de ar, dor na garganta
Problemas DigestivosMuito comuns

Inflamação na boca, feridas na boca, úlcera anal, inflamação anal, diarreia, vômito, náusea, dor abdominal

Frequência desconhecida

Inflamação do pâncreas, úlcera no esôfago, inflamação do esôfago

Problemas no FígadoMuito comuns

Função hepática alterada

Frequência desconhecida

Amarelamento da pele/olhos

Problemas na PeleMuito comuns

Queda de cabelo, irritação cutânea

Comum

Úlcera na pele

Frequência desconhecida

Síndrome mão-pé, urticária, coceira, manchas na pele

Problemas MusculoesqueléticosMuito comum

Síndrome da Citarabina

Problemas Renais e UrináriosFrequência desconhecida

Falha renal, retenção urinária

Problemas GeraisMuito comum

Febre

Frequência desconhecida

Dor no peito, reações no local da injeçãoc

ExamesMuito comuns

Biópsia de medula anormal, exame de sangue anormal

a Pode ser leve, mas pode ser severa e por vezes fatal.
b Pode ocorrer com irritação cutânea e pode ter sangramento com doses altas.
c Dor e inflamação no local da injeção sob a pele.

Reações adversas com doses altas:

Tabela de Reações Adversas (Doses Altas)

Sistema do Corpo

Frequência

Reações Adversas
Infecções

Frequência desconhecida

Abscesso no fígado
Problemas Psiquiátricos

Frequência desconhecida

Mudança de personalidadea
Problemas no Sistema NervosoMuito comuns

Disfunção cerebral, disfunção cerebelar, sonolência

Frequência desconhecida

Coma, convulsão, neuropatia motora, neuropatia sensorial

Problemas OcularesMuito comum

Distúrbios na córnea

Problemas Cardíacos

Frequência desconhecida

Danos no músculo cardíacob, batimento cardíaco lento
Problemas RespiratóriosMuito comuns

Síndrome do desconforto respiratório agudo, inchaço pulmonar

Problemas DigestivosComuns

Inflamação intestinal grave

Frequência desconhecida

Morte de tecido intestinal, úlcera gastrointestinal, ar no intestino, peritonite

Problemas no FígadoFrequência desconhecida

Dano hepático, aumento de bilirrubina

Problemas na Pele

Comum

Descamação da pele

a Mudança de personalidade associada a disfunção cerebral.
b Com morte subsequente.

Outras Reações Adversas

Inflamação pulmonar difusa sem causa aparente, possivelmente relacionada a Citarabina, foi relatada após doses intermediárias (1 g/m2) com ou sem outros quimioterápicos.

Síndrome respiratória aguda progredindo rapidamente para inchaço pulmonar e aumento cardíaco visível em raio-X ocorreu após doses altas para leucemia que voltou; houve mortes.

Uso na Espinha

As reações mais comuns após aplicação na espinha foram náusea, vômito e febre; geralmente leves e passageiras. Houve relato de paralisia. Relatou-se dano cerebral com ou sem convulsão; alguns pacientes usavam metotrexato e/ou hidrocortisona na espinha e radiação no sistema nervoso central. Neurotoxicidade isolada ocorreu. Cegueira ocorreu em 2 pacientes em remissão que usaram combinação sistêmica de quimioterápicos, radiação preventiva e Citarabina na espinha.

Em caso de efeitos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária - Notivisa, disponível em http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária local.

Interação com outros remédios: o que acontece se tomar com outros medicamentos?

Digoxina

Reduções reversíveis nos níveis sanguíneos de digoxina e na eliminação renal ocorreram em pacientes usando beta-acetildigoxina e esquemas com ciclofosfamida, vincristina e prednisona com ou sem Citarabina ou procarbazina. Não houve alterações nos níveis de digitoxina. Portanto, monitore os níveis de digoxina em pacientes usando esquemas combinados similares. O uso de digitoxina pode ser alternativa.

Gentamicina

Estudo in vitro mostrou antagonismo entre gentamicina e Citarabina contra bactérias K. pneumoniae. Sugere-se que, em pacientes tratados com Citarabina recebendo gentamicina para infecção por K. pneumoniae, a falta de resposta imediata pode indicar necessidade de reavaliação do antibiótico.

Fluorocitosina

Evidências clínicas mostraram possível redução da eficácia da fluorocitosina pela Citarabina, possivelmente por inibição competitiva de absorção.

Metotrexato

Citarabina na veia junto com metotrexato na espinha pode aumentar risco de reações neurológicas graves como dor de cabeça, paralisia, coma e sintomas tipo AVC.

Como o Citarabina Mylan funciona?

Resultados de Eficácia


Leucemia Mieloide Aguda

Citarabina é um dos agentes mais eficazes para leucemia mieloide aguda (LMA). Faz parte da maioria dos esquemas iniciais em LMA, com doses usuais de 100-200 mg/m2, podendo ser combinado. Até 80% de remissão completa (RC) foi alcançada em pacientes abaixo de 40 anos. Apesar da manutenção, muitos tiveram recaída e apenas 20-30% sobreviveram 5 anos sem doença.

Doses acima de 100-200 mg/m2 podem melhorar resultados, especialmente em pacientes não respondedores ou com recaída. Doses altas (1-3 g/m2) foram usadas para superar resistência e penetrar no sistema nervoso central. Taxas de RC de 25-84% foram observadas.

Doses altas combinadas com etoposídeo e daunorrubicina são eficazes em LMA. Taxas de RC de 82,4% e 74,8% foram observadas em pacientes abaixo e acima de 46 anos, respectivamente. Doses altas em consolidação tiveram resultados superiores em LMA acima de 60 anos com risco intermediário.

Citarabina combinado com análogos de purina e antraciclinas foi eficaz em LMA recidivante ou não tratada. Doses altas também foram usadas após remissão, melhorando tempo sem doença.

Combinações com fludarabina, ansacrina, inibidores da topoisomerase, gentuzumabe ozogamicina, homoharringtonina, bortezomibe e vorinostate mostraram resultados promissores.

Doses baixas de Citarabina são consideradas padrão em idosos com LMA que não suportam quimioterapia intensiva. Sobrevida global mediana foi de 9,6 meses, melhor que cuidados paliativos.

Múltiplos ciclos de doses altas associaram-se a maior sobrevida livre de doença que um único ciclo em pacientes com alteração cromossômica específica.

Doses altas foram eficazes com transplante autólogo de medula óssea em LMA. Probabilidade de sobrevida livre de doença em 2 anos foi de 49% para todos os pacientes e 61% para transplante.

Em adolescentes e adultos não tratados, não houve diferença significativa na sobrevida livre de doença entre doses altas de Citarabina, transplante autólogo ou alogênico.

Esquema FLAG (fludarabina, Citarabina e fator de crescimento) alcançou RC em 56% de pacientes com LMA de alto risco. Toxicidade foi tolerável.

Esquema CAT (ciclofosfamida, Citarabina, topotecana) resultou em RC em 17% de leucemias recidivantes/refratárias.

Combinação com mitoxantrona foi eficaz em LMA e síndrome mielodisplásica transformada.

Etoposídeo com altas doses de Citarabina alcançou RC em 63% de LMA recidivante/refratária sem antraciclina.

Doses intermediárias com infusão prolongada mostraram alta eficácia e baixa mortalidade em LMA, com 80% de RC após indução.

Adição de altas doses de Citarabina e mitoxantrona (HAM) a esquemas pediátricos melhorou RC e sobrevida livre de eventos em LMA de alto risco.

Esquema FLAG alcançou RC em 70% de crianças com LMA/LLA recidivante/refratária.

Quimioterapia intensiva foi similar a transplante autólogo em sobrevida livre de eventos em crianças com LMA.

Leucemia Mieloide Crônica

Doses altas foram eficazes na fase agressiva da leucemia mieloide crônica (LMC). Esquemas com vindesina-prednisolona ou combinados com citosina-arabinosídeo devem ser considerados.

Daunorrubicina com doses fixas de imatinibe e Citarabina, seguido de transplante ou manutenção, foi bem tolerado com alta taxa de resposta.

Adição de Citarabina ao imatinibe inicial associou-se a alta taxa de resposta molecular completa e sobrevida global de 96% em 5 anos.

Interferon alfa com Citarabina melhorou resposta hematológica completa, resposta citogenética e sobrevida em 3 e 5 anos versus interferon isolado.

Fludarabina com Citarabina duas vezes ao dia mostrou atividade em 26% de pacientes com LMA refratária/recidivante, síndrome mielodisplásica de alto risco e fase agressiva da LMC.

Homoharringtonina com Citarabina foi tratamento eficaz na fase agressiva da LMC.

Em estudo, interferon alfa-2a com baixa dose de Citarabina versus interferon isolado não diferiu em sobrevida em 5 anos, mas melhorou resposta citogenética.

Em crianças com LMC, combinação de interferon e Citarabina induziu resposta hematológica completa e citogenética superior, sendo bem tolerada.

Leucemia Linfoide Aguda

Esquema com etoposídeo, ansacrina, dose intermediária de Citarabina, prednisona e metotrexato na espinha, seguido de consolidação com vincristina, ansacrina, dose alta de Citarabina, alcançou sobrevida global de 35% em 5 anos. Sobrevida livre de doença foi 45% em 5 anos.

Adultos com LLA e translocação específica tiveram excelente prognóstico com ciclofosfamida, vincristina, doxorrubicina e dexametasona alternados com metotrexato e altas doses de Citarabina. Todos (n=12) alcançaram RC, sobrevida em 3 anos de 73%.

Sequência de fludarabina, Citarabina, ansacrina, globulina antitimócito e radiação corporal fracionada foi alternativa viável em LLA refratária ou de alto risco.

FLAG com doxorrubicina lipossomal alcançou remissão encorajadora em crianças com leucemia aguda recidivante/refratária.

Radiação corporal total com ciclofosfamida e altas doses de Citarabina foi viável e eficaz em adultos com LLA, com resposta completa de 63,6%.

Altas doses de Citarabina (3 g/m2 a cada 12h - 8 doses) foram eficazes em leucemia meníngea em pacientes de alto risco com LLA e linfoma. RC ocorreu em 65%.

Esquema de indução intensivo com Citarabina diário (3g/m2) por 5 dias e mitoxantrona alcançou RC em 84% (n=31), com duração mediana de remissão de 17 meses.

Esquema com vindesina, daunorrubicina, asparaginase e prednisona, seguido de Citarabina e etoposídeo, alcançou RC em 64% de adultos com primeira recidiva de LLA.

Em estudo, taxa de RC de 68% foi alcançada em LLA com quimioterapia intensiva; 79% em pacientes abaixo de 50 anos. Duração média de remissão foi 22,9 meses.

Leucemia Meníngea

Quimioterapia intensificada na espinha com metotrexato, hidrocortisona e Citarabina reduziu risco de recidiva no sistema nervoso central em crianças com LLA. Risco de recaída no SNC em 5 anos foi 1,2%.

Citarabina na espinha tem atividade terapêutica em leucemia meníngea e foi tolerada em crianças até 70 mg/m2.

Doses altas foram eficazes por via espinhal na prevenção e tratamento de leucemia/linfoma nas meninges, eliminando necessidade de radiação craniana.

Em adultos com LLA/linfoma meníngeo recidivante, dose alta de Citarabina foi útil com clareamento completo do líquido espinhal em 86%.

Metotrexato intraventricular com Citarabina alcançou RC acima de 90% em pacientes até 21 anos com leucemia/linfoma meníngeo recidivante.

Referências Bibliográficas

[Lista de referências mantida conforme original]

Características Farmacológicas


Como Age no Corpo

Citarabina, um análogo de nucleosídeo, é um remédio contra câncer que inibe a produção de DNA. Também tem propriedades antivirais e imunossupressoras. Estudos sugerem que sua ação principal é inibir a síntese de desoxicitidina, porém a inibição de enzimas e incorporação em ácidos nucleicos também contribuem para seus efeitos.

Como o Corpo Processa

Citarabina é transformada em arabinofuranosil uracila no fígado e rins. Após injeção na veia, apenas 5,8% é eliminado inalterado na urina em 12-24h; 90% é eliminado como produto transformado. É metabolizado rapidamente, principalmente no fígado. Após dose alta única, níveis sanguíneos ficam indetectáveis em 15 minutos na maioria dos pacientes.

Dados Pré-Clínicos de Segurança

A principal toxicidade em animais foi redução da medula óssea. Outros órgãos afetados foram fígado, rins e cérebro.

Citarabina causou danos cromossômicos e transformação maligna em células de roedores. É embriotóxico, teratogênico e tóxico no período peri e pós-natal em várias espécies. Causou anormalidades em espermatozoides de camundongos.

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