Bula Carbidopa + Levodopa Teuto

Este remédio é usado para tratar a doença e a síndrome de Parkinson. Ele ajuda a aliviar vários sintomas do parkinsonismo, especialmente a rigidez muscular e a lentidão nos movimentos. Também pode controlar o tremor, dificuldade para engolir, produção excessiva de saliva e problemas de equilíbrio associados a essas condições.

Quando o tratamento só com levodopa apresenta resultados variáveis e não controla bem os sintomas do Parkinson, a troca por Carbidopa + Levodopa normalmente funciona melhor, reduzindo essas oscilações na resposta ao medicamento.

Ao diminuir alguns efeitos indesejados causados pela levodopa sozinha, o Carbidopa + Levodopa permite que mais pacientes tenham alívio adequado dos sintomas do Parkinson.

Este medicamento também é indicado para pacientes com Parkinson que usam suplementos vitamínicos contendo vitamina B6 (cloridrato de piridoxina).

Não use ao mesmo tempo inibidores da monoaminoxidase-A e Carbidopa + Levodopa (exceto inibidores da MAO-B em doses baixas). Esses medicamentos devem ser parados pelo menos duas semanas antes de começar este tratamento.

Este remédio é contraindicado para pessoas alérgicas à carbidopa ou levodopa, qualquer componente da fórmula, e pacientes com glaucoma de ângulo estreito.

Como a levodopa pode ativar melanoma maligno, não use este medicamento em pacientes com manchas suspeitas na pele ou histórico de melanoma.

Este medicamento é contraindicado para grávidas e mulheres que estão amamentando.

A dose diária deve ser ajustada individualmente, conforme a necessidade de cada paciente.

Os comprimidos possuem proporção fixa de 1:10 entre carbidopa e levodopa para facilitar o ajuste da dose ideal.

Informações gerais

A dose deve ser ajustada conforme resposta individual, podendo ser necessário mudar tanto a quantidade por dose quanto a frequência.

Alguns pacientes apresentam melhora no mesmo dia ou após uma dose. O efeito completo geralmente é alcançado em 7 dias, mais rápido que com levodopa isolada.

Estudos mostram que doses entre 70-100mg diárias de carbidopa são necessárias para controlar náuseas e vômitos em pacientes.

Pacientes que nunca usaram levodopa

Início

• ½ comprimido uma ou duas vezes ao dia.

Ajuste de dose

• Aumente ½ comprimido diariamente ou em dias alternados até atingir a dose ideal.

Manutenção

• Um comprimido 3 a 4 vezes por dia. Se necessário, aumente ½ a 1 comprimido diariamente ou em dias alternados, até no máximo 8 comprimidos por dia.

Não há experiência suficiente com doses acima de 200mg de carbidopa por dia.

O tratamento deve ser personalizado conforme a resposta do paciente.

Troca de levodopa para carbidopa + levodopa

Como a resposta é mais rápida com esta combinação, pacientes devem ser monitorados durante o ajuste. Movimentos involuntários podem aparecer mais cedo e podem exigir redução da dose. Blefaroespasmo pode ser sinal de dose excessiva.

Pare a levodopa pelo menos 12 horas antes de iniciar carbidopa + levodopa (24 horas para fórmulas de liberação lenta).

A dose diária inicial deve ser cerca de 20% da dose anterior de levodopa.

Pode ser usado por pacientes que já tomam levodopa isolada, com dose inicial de aproximadamente 20% da dose anterior.

Não é recomendado para tratar efeitos colaterais extrapiramidais causados por outros medicamentos.

Use com cuidado em pacientes com problemas graves cardíacos, pulmonares, renais, hepáticos, endócrinos ou asma.

Pacientes com histórico de infarto e arritmias cardíacas precisam de monitoramento cardíaco rigoroso durante o ajuste inicial.

Todos os pacientes devem ser acompanhados quanto a alterações mentais, depressão com ideação suicida ou mudanças de comportamento.

Assim como a levodopa, pode causar movimentos involuntários e distúrbios psiquiátricos. Pacientes com histórico desses problemas devem ser monitorados na troca de medicamento.

Relatos de síndrome neuroléptica maligna (rigidez, febre, alterações mentais) após parada abrupta. Reduções bruscas de dose devem ser acompanhadas com cuidado, especialmente com uso de neurolépticos.

Cuidado com uso simultâneo de medicamentos psicoativos.

Use com precaução em pacientes com histórico de convulsões.

Pacientes com glaucoma de ângulo aberto podem usar com monitoramento rigoroso da pressão intraocular. Há risco de sangramento gastrointestinal em pacientes com úlcera péptica.

Em anestesia geral, o tratamento pode continuar até o momento da cirurgia. Se interrompido, reinicie com a dose habitual assim que possível.

Uso em crianças

Não foi estabelecida segurança para menores de 18 anos.

Gravidez

Não use sem orientação médica durante a gravidez.

Estudos em animais mostraram malformações. Os efeitos em humanos são desconhecidos. Avalie riscos versus benefícios. Não use durante a amamentação.

Idosos

Podem precisar de doses menores devido maior risco de efeitos colaterais como hipotensão, desmaios e alterações comportamentais.

Os efeitos adversos geralmente estão relacionados à atividade da dopamina no sistema nervoso e podem ser controlados reduzindo a dose.

Os mais comuns são náuseas e discinesias (movimentos involuntários como coreia, distonia). Contrações musculares e blefaroespasmo podem indicar necessidade de redução de dose.

Outras reações incluem alterações comportamentais, ideias paranoides, episódios psicóticos, depressão com risco suicida e demência.

Reações menos frequentes:

• Arritmias cardíacas, palpitações, quedas de pressão ao levantar, episódios de "liga-desliga", falta de apetite, vômitos, tontura e sonolência.

Convulsões são raras, sem relação causal estabelecida.

Alterações em exames

Alterações temporárias podem ocorrer sem sintomas clínicos: aumento de ureia, enzimas hepáticas, bilirrubina, fosfatase alcalina.

Diminuição de hemoglobina e hematócrito, aumento de glicose, leucócitos e sangue na urina. Teste de Coombs pode dar positivo. Pode causar falso-positivo para cetonas na urina e falso-negativo para glicose na urina.

Outros efeitos reportados:

• Neurológicos: falta de coordenação, sonolência, tremor aumentado, cãibras, trismo, síndrome de Horner.
• Psiquiátricos: confusão, insônia, pesadelos, alucinações, agitação, ansiedade, euforia.
• Digestivos: boca seca, gosto ruim, salivação, dificuldade para engolir, dor abdominal, constipação, diarreia, gases.
• Metabólicos: perda ou ganho de peso, inchaço.
• Pele: vermelhidão, suor excessivo, manchas, queda de cabelo.
• Urinários: retenção urinária, incontinência, urina escura.
• Visuais: visão embaçada, pupilas dilatadas, crises oculares.
• Diversos: fraqueza, desmaios, cansaço, dor de cabeça, rouquidão, sensação de calor, alterações respiratórias, síndrome neuroléptica maligna, melanoma.

Em caso de efeito adverso, notifique pelo Sistema VigiMed (Anvisa).

Adotar medidas gerais de suporte, incluindo lavagem estomacal. Manter vias aéreas desobstruídas e administrar fluidos intravenosos com cuidado.

Monitorar batimentos cardíacos e observar atentamente para arritmias. Considerar uso de outros medicamentos pelo paciente.

Não há experiência com diálise. A vitamina B6 não reverte a superdosagem.

Em caso de intoxicação, ligue para 0800 722 6001.

Interações medicamentosas

Anti-hipertensivos

Pode causar queda de pressão ao levantar. Pode ser necessário ajustar dose do anti-hipertensivo. Suspender inibidores da MAO duas semanas antes.

Antidepressivos

Raros relatos de pressão alta e movimentos involuntários com uso de antidepressivos tricíclicos.

Antagonistas dopaminérgicos (ex: antipsicóticos)

Podem reduzir o efeito terapêutico. Fenitoína e papaverina também podem reduzir benefícios. Monitorar perda de eficácia.

Dietas ricas em proteínas podem prejudicar a absorção da levodopa.

Resultados da Eficácia

Estudo com 618 pacientes com Parkinson sem tratamento prévio com levodopa mostrou melhora significativa nas atividades diárias após 5 anos usando carbidopa + levodopa. Efeito colateral mais comum foi náusea (20%), com baixa incidência de flutuações motoras.

Estudo comparativo com 50 pacientes mostrou melhora superior em rigidez e tremor com carbidopa/levodopa versus levodopa isolada após 6 meses. Náuseas e vômitos ocorreram em 27% dos pacientes com a combinação contra 56% com levodopa sozinha.

Acompanhamento de 7 anos com 127 pacientes mostrou que 60-65% mantiveram benefícios, embora menores que nos primeiros anos. Concluiu-se que o tratamento melhora significativamente a qualidade de vida.

Referências bibliográficas:

Block G., et al. Comparison of immediate-release and controlled release carbidopa/levodopa in Parkinson's disease. A multicenter 5-year study. The CR First Study Group. Eur Neurol. 1997. 1:23-7.
Lieberman A, et al. Comparison of dopa decarboxylase inhibitor (carbidopa) combined with levodopa and levodopa alone in Parkinson's disease. Neurology, 1975. 10:911-6.
Battistin L, et al. Long-term treatment of Parkinson's disease with L-Dopa and Dopa-decarboxylase inhibitor: therapeutic results and side effects. Acta Neurol Scand. 1978. 2:186-92.

Características Farmacológicas

Combinação de carbidopa (inibidor enzimático) e levodopa (precursor da dopamina) para tratamento do Parkinson. A levodopa alivia sintomas ao ser convertida em dopamina no cérebro. A carbidopa impede a degradação da levodopa fora do cérebro, aumentando sua disponibilidade cerebral.

Proporciona efeito terapêutico com doses cerca de 80% menores que levodopa isolada e mantém níveis plasmáticos eficazes por mais tempo.

A carbidopa neutraliza o efeito da vitamina B6 sobre o metabolismo da levodopa.