Para que serve o Anforicin?

Tratamento de infecções vaginais causadas por fungos e bactérias.
Após cauterização do colo do útero, para evitar infecções e ajudar na cicatrização.

Quem não pode usar Anforicin?

Alergia a qualquer componente do remédio.
Gestantes e mulheres amamentando.

Como usar Anforicin?

Ao começar o tratamento, uma dose teste de Anfotericina B deve ser aplicada antes da primeira infusão.

O remédio Anfotericina B é estéril, por isso é essencial seguir rigorosamente técnicas de limpeza durante o manuseio, pois não contém conservantes.

Preparo para Infusão

  1. Agitar suavemente o frasco até não haver resíduo no fundo.
  2. Retirar a dose necessária de Anfotericina B usando seringa estéril com agulha 18.
  3. Trocar a agulha por uma agulha-filtro de 5 µ (uma agulha pode filtrar até quatro frascos de 100 mg).
  4. Inserir a agulha-filtro em uma bolsa de soro glicosado a 5% e transferir o conteúdo.
  5. A concentração final deve ser de 1 mg/mL. Em crianças ou pacientes com restrição de líquidos, pode ser diluído até 2 mg/mL.
  6. Misturar bem a bolsa antes de usar. Se a infusão durar mais de 2 horas, misturar a cada 2 horas.
  7. Recomenda-se usar bomba de infusão para controlar melhor a velocidade.

Não usar se houver partículas estranhas na solução. Descartar sobras. Seguir rigorosamente as técnicas de limpeza.

Atenção: não diluir com soro fisiológico. Não misturar com outros remédios ou eletrólitos. Lavar o acesso venoso com soro glicosado antes da infusão ou usar acesso separado. Não usar filtro de linha.

A solução diluída pode ser guardada por 48 horas na geladeira (2°C a 8°C) e por mais 6 horas em temperatura ambiente.

Usar somente por via intravenosa.

Não substituir por outras formulações de Anfotericina B, pois têm doses e modos de uso diferentes.

Dosagem da Anfotericina B


A dose diária para adultos e crianças (incluindo recém-nascidos) é de 1,0 a 5,0 mg/kg/dia, em infusão única a 2,5 mg/kg/h. Para infecções fúngicas no cérebro, o tratamento dura de 2 a 6 semanas.

Em infecções graves, o tratamento mínimo é de 14 dias.

Ajuste de dose conforme o paciente:

Micoses sistêmicas

Começar com 1,0 mg/kg/dia, podendo aumentar até 5,0 mg/kg/dia conforme necessário.

Leishmaniose visceral

Usar 3 mg/kg/dia por 5 a 10 dias.

Infecções fúngicas em crianças

Dose de 2,0 a 5,0 mg/kg/dia.

Idosos

Ajustar conforme peso corporal.

Diabéticos

Usar doses equivalentes ao peso corporal.

Pacientes com problemas renais ou hepáticos

Usar doses equivalentes ao peso corporal.

Crianças e adolescentes

Usar doses equivalentes às de adultos, ajustadas pelo peso.

Não há dados suficientes para bebês com menos de 1 mês.

Não há dados para recém-nascidos prematuros com infecções por aspergillus.

Cuidados ao usar Anforicin

Já ocorreram casos raros de reação alérgica grave (menos de 0,1%). Se houver dificuldade para respirar, interromper imediatamente e não repetir a infusão.

A primeira aplicação deve ser feita sob supervisão médica.

Reações durante a infusão

Febre e calafrios são comuns nos primeiros dias, mas costumam diminuir. Medicamentos como antitérmicos e anti-histamínicos podem ajudar. Raramente ocorrem queda de pressão, falta de ar ou arritmia.

Infecções fúngicas

Não usar para infecções superficiais ou apenas detectadas por exames de pele/sangue.

Exames necessários

Monitorar creatinina, função do fígado, eletrólitos (especialmente potássio e magnésio) e hemograma durante o tratamento.

Pacientes com creatinina alta (> 2,5 mg/dL) podem apresentar melhora durante o tratamento.

Risco de câncer e fertilidade

Não há estudos de longo prazo sobre risco de câncer.

Testes mostraram que não causa mutações nem afeta fertilidade em doses equivalentes às humanas.

Gravidez

Estudos em animais não mostraram riscos, mas como não há estudos em grávidas, usar somente se os benefícios superarem os riscos.

Amamentação

Não se sabe se passa no leite. Avaliar se suspende a amamentação ou o tratamento.

Não usar na gravidez sem orientação médica.

Categoria de risco na gravidez: C.

Uso em idosos, crianças e outros grupos

Idosos

49 pacientes acima de 65 anos foram tratados sem eventos graves inesperados.

Crianças

111 crianças (incluindo 11 bebês) foram tratadas sem eventos graves. É seguro em recém-nascidos com candidíase invasiva (2,5 a 5 mg/kg/dia).

Dirigir e operar máquinas

Não foi estudado, mas algumas reações podem afetar essas atividades. A condição dos pacientes geralmente não permite.

Efeitos colaterais do Anforicin

Como todo remédio, Anfotericina B pode causar efeitos indesejados.

Os mais comuns: calafrios (16%), aumento de creatinina (13%), febre (10%), baixo potássio (9%), enjoo (7%) e vômito (6%).

Frequência dos efeitos:

  • Muito comum (≥ 1 em 10);
  • Comum (≥ 1 em 100);
  • Incomum (≥ 1 em 1.000);
  • Rara (≥ 1 em 10.000);
  • Muito rara (< 1 em 10.000);
  • Desconhecida (frequência não estimada).

Efeitos relatados:

Sangue e sistema linfático

Comum

Plaquetas baixas.

Sistema imunológico

Incomum

Reação alérgica grave.

Metabolismo

Comum

Bilirrubina alta, alteração de eletrólitos (potássio e magnésio baixos).

Sistema nervoso

Comum

Dor de cabeça, tremores.

Incomum

Convulsões, neuropatia.

Coração

Comum

Batimento acelerado, arritmia.

Incomum

Parada cardíaca.

Vasos sanguíneos

Comum

Pressão alta ou baixa.

Incomum

Choque.

Sistema respiratório

Comum

Falta de ar, asma.

Incomum

Insuficiência respiratória.

Desconhecido

Broncoespasmo.

Sistema digestivo

Comum

Enjoo, vômito, dor abdominal.

Fígado

Comum

Alteração de exames do fígado.

Pele

Comum

Manchas vermelhas.

Incomum

Coceira.

Desconhecido

Descamação da pele.

Músculos e ossos

Incomum

Dor muscular.

Rins

Comum

Problemas renais (incluindo insuficiência).

Desconhecido

Alterações na urina.

Reações gerais

Muito comum

Calafrios, febre.

Incomum

Reação no local da aplicação.

Exames alterados

Muito comum

Creatinina alta.

Comum

Fosfatase alcalina alta, ureia alta.

Reações à infusão podem incluir dor abdominal, vômito, dor muscular, coceira, manchas, febre, queda de pressão, choque, falta de ar e dor no peito.

Alterações no fígado podem ocorrer por outros fatores como infecções ou uso de remédios tóxicos ao fígado.

Crianças

Efeitos semelhantes aos adultos.

Idosos

Creatinina alta e falta de ar são mais frequentes.

Em caso de efeitos adversos, informe à Anvisa (Notivisa) ou à vigilância sanitária local.

Interações do Anforicin com outros remédios

Não há estudos formais, mas os remédios abaixo podem interagir:

Interações entre remédios

Quimioterápicos

Podem aumentar toxicidade renal e risco de broncoespasmo. Cuidado ao usar juntos.

Corticoides

Podem baixar mais o potássio, afetando o coração. Monitorar eletrólitos.

Ciclosporina

Pode aumentar a creatinina.

Digoxina

Baixo potássio pode aumentar toxicidade. Monitorar potássio.

Flucitosina

Pode aumentar toxicidade. Usar com cautela.

Antifúngicos azólicos (cetoconazol, fluconazol)

Podem reduzir efeito. Importância clínica desconhecida.

Remédios tóxicos para os rins

Antibióticos como gentamicina ou pentamidina podem aumentar dano renal. Monitorar função dos rins.

Relaxantes musculares

Baixo potássio pode potencializar efeito. Monitorar potássio.

Zidovudina

Pode aumentar toxicidade na medula e rins. Monitorar exames.

Interações com exames

Transfusão de leucócitos

Pode causar toxicidade pulmonar. Não fazer ao mesmo tempo.

Como o Anforicin funciona?

Eficácia


Infecções por fungos

282 pacientes com infecções graves por fungos (aspergilose, candidíase, etc.) foram tratados com sucesso.

Efeitos nos rins

Pacientes com creatinina alta apresentaram melhora durante o tratamento. Estudos mostram que causa menos dano renal que outras formulações.

Figura 1: Mudança na creatinina durante o tratamento em pacientes com aspergilose

[ ] = Número de pacientes

Nota: Dados de estudo aberto.

Figura 2: Mudança na creatinina em pacientes com infecções fúngicas

[ ] = Número de pacientes

Nota: Dados de estudo aberto.

Em estudo com pacientes de candidíase, o dano renal foi menor que com outras formulações.

Doses acima de 5 mg/kg/dia não foram estudadas.

Características


Grupo: Antifúngicos sistêmicos.
Código: J02AA01.

Anfotericina B é uma suspensão estéril para infusão na veia.

Consiste em Anfotericina B ligada a fosfolipídios. É uma suspensão amarela.

Nota: Formulações diferentes têm efeitos distintos.

Fórmula química

Antibiótico produzido por Streptomyces nodosus.

Fórmula: C47H73NO17. Peso molecular: 924,09.

Mecanismo de ação

Age danificando a membrana das células dos fungos. Também pode afetar células humanas.

Atividade

Ativo contra Aspergillus e Candida em laboratório. Eficaz em animais contra vários fungos.

Farmacocinética

Não é linear: concentrações no sangue não aumentam proporcionalmente à dose.

Parâmetros no sangue:

Comparação com outra formulação

Parâmetro

Anfotericina B (5 mg/kg/dia)

Outra formulação (0,6 mg/kg/dia)

Concentração máxima (μg/ml)

1,7 ± 0,8

1,1 ± 0,2

Concentração final (μg/ml)

0,6 ± 0,3

0,4 ± 0,2

Área sob a curva (µg*h/mL)

14 ± 7

17,1 ± 5

Eliminação (mL/h*kg)

436 ± 188,5

38 ± 15

Distribuição (L/kg)

131 ± 57,7

5 ± 2,8

Meia-vida (h)

173,4 ± 78

91,1 ± 40,9

Eliminação na urina (% da dose)

0,9 ± 0,4

9,6 ± 2,5

O volume grande de distribuição indica que o remédio se espalha pelos tecidos. Acumula pouco no sangue.

Concentrações nos órgãos (autópsia após 3 doses):

Teores nos tecidos

Órgão

Concentração (µg/g)

Baço

290

Pulmão

222

Fígado

196

Linfonodos

7,6

Rim

6,9

Coração

5

Cérebro

1,6

Maiores concentrações no fígado, baço e pulmão.

Grupos especiais

Problemas no fígado

Não se sabe o efeito, mas pacientes foram tratados com sucesso.

Problemas nos rins

Seguro, mas monitorar função renal. Diálise não remove o remédio.

Idosos

Usar doses equivalentes ao peso.

Crianças

Seguro e eficaz em doses de 2,5 a 5 mg/kg/dia. Comportamento similar ao de adultos.

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