Bula Aminotrat

Tratamento de problemas respiratórios com fechamento das vias aéreas, principalmente asma ou broncoespasmo em pacientes com bronquite crônica e enfisema pulmonar.

Gastrite ativa; úlcera no estômago ativa ou histórico de úlcera; alergia à aminofilina, teofilina ou qualquer componente do remédio.

A dose varia conforme gravidade da doença, idade, outros problemas de saúde e resposta do paciente. Adultos: Tratamento contínuo de asma e broncoespasmo com bronquite crônica ou enfisema: 1 a 2 comprimidos de 100 mg ou 1 comprimido de 200 mg ou 10 a 20 gotas em líquido, 2 a 3 vezes ao dia após comer. Crianças: É necessário cuidado especial ao usar aminofilina em crianças.

Pode ocorrer alergia cruzada entre substâncias da mesma família. Anestesia com halotano durante uso de Aminofilina pode causar batimento cardíaco acelerado ou arritmias.

Atenção: nunca misture medicamentos diferentes. Trocar remédios pode ser fatal.

Confirme sempre que está tomando o remédio correto prescrito.

Tenha máximo cuidado para não confundir ampolas com soluções diferentes.

Gravidez e amamentação

Não é recomendado na gravidez ou amamentação. Só use se o médico considerar que os benefícios superam os riscos.

A aminofilina tem categoria C de risco na gravidez.

Grávidas só devem usar este remédio com orientação médica.

Uso em idosos, crianças e grupos especiais

Aplicação na veia requer cuidado extra em idosos (acima de 65 anos), pessoas com problemas cardíacos, pulmonares, hepáticos e em crianças.

Leia com atenção as orientações em "Como usar o Aminofilina?".

Atenção: não use em bebês menores de 6 meses.

Efeitos adversos são raros quando os níveis no sangue estão abaixo de 20mcg/mL, mas podem ocorrer mesmo em níveis mais baixos.

Entre 20-25mcg/mL no sangue, os efeitos mais comuns são enjoo, vômito, diarreia, dor de cabeça e insônia.

• Sistema imunológico: reações alérgicas;
• Coração: batimentos acelerados, palpitações, arritmias, pressão baixa;
• Sistema nervoso: dor de cabeça, insônia, confusão, irritabilidade, tontura, tremores, ansiedade, convulsões;
• Visão: alterações visuais;
• Estômago e intestino: enjoo, vômito, dor na boca do estômago, cólica, falta de apetite, diarreia, azia, sangramentos;
• Rins e bexiga: proteína na urina, aumento da vontade de urinar;
• Respiração: respiração rápida;
• Outros: febre.

Caso tenha reações, informe ao Sistema de Notificação da Anvisa - VigiMed (http://portal.anvisa.gov.br/vigimed) ou para a Vigilância Sanitária local.

Com níveis acima de 30mcg/mL no sangue, aparecem sintomas de overdose: vômito com sangue, reflexos exagerados, convulsões, batimento cardíaco acelerado, falência circulatória, arritmias graves, respiração rápida e proteína na urina.

Não existe antídoto específico. O tratamento é para aliviar sintomas e dar suporte. Lavagem estomacal pode ajudar. Evite medicamentos estimulantes.

Use soro na veia, oxigênio e outros cuidados para controlar pressão baixa e desidratação. Convulsões podem ser tratadas com medicamentos específicos. Monitore os níveis no sangue até ficarem abaixo de 20mcg/mL.

Em caso de overdose, ligue para 0800 722 6001 para orientações.

Muitos medicamentos podem alterar o efeito da Aminofilina. Consulte sempre o médico antes de usar outros remédios juntos.

Cortisona e similares

Uso com Aminofilina e soro fisiológico pode aumentar o sódio no sangue.

Fenitoína, primidona ou rifampicina

Podem acelerar a eliminação da teofilina. Fenitoína com aminofilina pode reduzir sua absorção - pode ser necessário ajustar doses.

Betabloqueadores (remédios para pressão)

Podem reduzir o efeito um do outro e diminuir a eliminação da teofilina, principalmente em fumantes.

Cimetidina, eritromicina, ranitidina ou troleandomicina

Podem aumentar os níveis de teofilina no sangue, causando risco de intoxicação.

Cigarro

Parar de fumar pode aumentar o efeito da aminofilina (diminui a eliminação). Fumantes podem precisar de doses 50-100% maiores.

Eficácia comprovada

Estudos mostram que aminofilina na veia é eficaz em crises graves de asma. Quando os níveis no sangue são controlados, não há relatos de efeitos graves. É indicada em crises asmáticas agudas ou quando outros tratamentos falham, combinada com broncodilatadores e corticoide na veia.

Estudo com pacientes hospitalizados por asma grave mostrou que aminofilina na veia melhorou a função pulmonar significativamente mais que placebo, sem reações adversas.

Pesquisa com nove pacientes asmáticos mostrou melhora contínua da respiração com níveis de 5-20mcg/mL no sangue. Três pacientes tiveram batimentos cardíacos acelerados em níveis mais altos (até 24.6mcg/mL), mas sem eventos graves.

Outro estudo demonstrou redução de internações quando aminofilina foi usada com broncodilatadores em crises de asma ou DPOC, sem aumento de efeitos colaterais.

Referências Bibliográficas

1- Montserrat JM, Barbera JA, Viegas C, Rocca J, Rodorigue-Roisin R. Eur. Respir. J. 1995; 8: 28-33.
2- Mitenko PA, Ogilvie RI. N. Engl. J. Med. 1973; 289: 600-3.
3- Wrenn K, Slove CM, Murphy F, Greenberg RS. Ann Intern. Med. 1991; 115: 241-247.

Como funciona no corpo

A teofilina (principal componente) é transformada em aminofilina para melhor absorção. Age dilatando os brônquios e vasos pulmonares, relaxando a musculatura. Também dilata artérias do coração, aumenta o bombeamento de sangue e a produção de urina. Tem efeito estimulante no cérebro e músculos.

Seu mecanismo envolve: bloquear enzimas que contraem os brônquios, impedir ação de substâncias inflamatórias e estimular o centro respiratório no cérebro.

Distribui-se por todo corpo, passa pela placenta e leite materno. Metade se liga a proteínas do sangue. É processada no fígado e eliminada pela urina. Adultos eliminam 10% inalterado; bebês eliminam até 50% inalterado.

O tempo de ação varia: 6-12 horas em adultos não fumantes, 4-5 horas em fumantes e até 45 horas em recém-nascidos. Idosos e pessoas com problemas no fígado ou coração podem ter ação prolongada.