Para que serve o Dicloridrato de Betaistina? Indicações do remédio
Este remédio é usado para:
- Síndrome de Ménière: que tem três sintomas principais:
- Vertigem (tontura forte com enjoo ou vômito);
- Barulho no ouvido (zumbido);
- Surdez ou dificuldade para ouvir.
- Tontura: causada quando a parte do ouvido que controla o equilíbrio não funciona direito (chamada "vertigem vestibular").
Como o Dicloridrato de Betaistina age no organismo?
O dicloridrato de betaistina é um remédio parecido com a histamina que melhora a circulação no ouvido interno, reduzindo o acúmulo de pressão.
Ele alivia a tontura forte (com enjoo e vômitos) e o zumbido. Às vezes, a melhora só aparece depois de algumas semanas de uso.
Os melhores resultados podem demorar alguns meses.
Começar o tratamento cedo pode evitar que a doença piore e previne perda auditiva nos casos mais graves.
Quem não pode tomar Dicloridrato de Betaistina? Contraindicações
Não use este remédio se:
- Você tem alergia à betaistina ou qualquer componente do medicamento;
- Tiver tumor na glândula adrenal (feocromocitoma).
Em caso de dúvida, consulte seu médico ou farmacêutico antes de tomar.
Como tomar Dicloridrato de Betaistina? Posologia
Engula o comprimido inteiro com água.
Pode ser tomado com ou sem comida. Se tiver desconforto no estômago, tome durante as refeições.
Doses para adultos:
Comprimido 8 mg
- 1 comprimido três vezes ao dia.
Comprimido 16 mg
- Meio ou um comprimido três vezes ao dia.
Comprimido 24 mg
- 1 comprimido duas vezes ao dia.
Se precisar tomar mais de um comprimido por dia, divida os horários (ex: manhã e noite).
Tome sempre no mesmo horário para manter o efeito e não esquecer.
Idosos
Não precisa ajustar a dose.
Crianças
Não deve ser usado por menores de 18 anos.
Problemas no fígado ou rins
Não precisa ajustar a dose.
Siga sempre as orientações do seu médico sobre horários, doses e tempo de tratamento. Não pare sem autorização.
O que fazer se esquecer de tomar o remédio?
Se esquecer uma dose, tome só a próxima no horário certo. Não tome duas doses juntas para compensar.
Em dúvidas, consulte o farmacêutico ou médico.
Precauções ao usar Dicloridrato de Betaistina
Converse com seu médico antes de usar se:
- Já teve úlcera estomacal;
- Tem asma.
Se não tiver certeza, fale com seu médico ou farmacêutico.
Gravidez e amamentação
Não use se estiver grávida ou suspeitar de gravidez, exceto se o médico autorizar. Não amamente durante o tratamento, a menos que o médico permita.
Grávidas só devem usar com orientação médica.
Dirigir ou operar máquinas
O remédio provavelmente não afeta essas atividades, mas a doença (como vertigem) pode causar tontura e prejudicar essas habilidades.
Quais os efeitos colaterais do Dicloridrato de Betaistina?
Este remédio pode causar:
Reações alérgicas
Se tiver reação alérgica, pare de tomar e procure ajuda médica imediatamente. Sinais incluem:
- Manchas vermelhas na pele ou coceira;
- Inchaço no rosto, lábios, língua ou pescoço;
- Queda de pressão;
- Desmaio;
- Dificuldade para respirar.
Outros efeitos colaterais:
Comuns (atinge 1 a 10% dos usuários)
- Má digestão;
- Dor de cabeça;
- Enjoo.
Outros efeitos já relatados:
- Problemas leves no estômago como vômito, dor ou inchaço. Tomar com comida ajuda a reduzir.
Informe seu médico sobre qualquer reação indesejada.
Como o Dicloridrato de Betaistina é vendido? Apresentações
Medicamento Genérico Lei nº 9.787, de 1999.
Comprimidos 8 mg, 16 mg e 24 mg
Embalagem com 30 comprimidos.
Uso oral.
Para adultos.
O que contém no Dicloridrato de Betaistina? Composição
Cada comprimido 8 mg contém:
8 mg de dicloridrato de betaistina.
Componentes inativos: celulose microcristalina, amidoglicolato de sódio, dióxido de silício, estearato de magnésio, lactose monoidratada e povidona.
Cada comprimido 16 mg contém:
16 mg de dicloridrato de betaistina.
Componentes inativos: celulose microcristalina, amidoglicolato de sódio, dióxido de silício, estearato de magnésio, lactose monoidratada e povidona.
Cada comprimido 24 mg contém:
24 mg de dicloridrato de betaistina.
Componentes inativos: celulose microcristalina, amidoglicolato de sódio, dióxido de silício, estearato de magnésio, lactose monoidratada e povidona.
O que acontece se tomar mais comprimidos que o indicado?
Poucos casos de superdose foram relatados. Alguns pacientes tiveram enjoo, sonolência e dor de barriga com doses até 640 mg.
Casos graves (como convulsões) ocorreram em superdoses intencionais combinadas com outros remédios.
O tratamento envolve cuidados médicos de suporte.
Se tomar muitos comprimidos, busque ajuda médica imediatamente e leve a embalagem. Ligue para 0800 722 6001 para orientações.
Tomar com outros remédios: quais os riscos?
Informe seu médico sobre todos os remédios que usa, incluindo fitoterápicos e sem receita.
Converse com seu médico se estiver usando:
- Anti-histamínicos: podem reduzir o efeito deste remédio e vice-versa;
- Inibidores de monoaminaoxidase (IMAOs) como selegilina (para depressão ou Parkinson): podem aumentar a quantidade de betaistina no corpo.
Informe seu médico sobre todos os remédios que toma.
Não use outros medicamentos sem orientação médica.
Como a Betaistina funciona? Farmacologia
Resultados de Eficácia
Estudo duplo-cego, controlado com placebo, no modelo “crossover”, foi conduzido em 18 clínicas de otorrinolaringologia com 82 pacientes que apresentavam vertigem de várias origens. No primeiro período de tratamento, os pacientes receberam betaistina (48 mg/dia) ou placebo por cinco semanas. No segundo período de tratamento, houve inversão da medicação que cada grupo receberia nas cinco semanas seguintes. Durante o primeiro período de tratamento, o grupo que recebeu betaistina demonstrou uma melhora estatisticamente significativa na frequência das crises quando comparada com o grupo placebo. Quando os pacientes deste grupo inverteram a medicação com o grupo placebo, houve um pequeno aumento na frequência de crises. Entretanto, quando os pacientes que começaram no grupo placebo e passaram a receber betaistina, uma melhora ainda melhor ocorreu. O Dicloridrato de Betaistina apresentou resultados significativamente melhores que o placebo na redução da severidade das crises1.
Em estudo multicêntrico, controlado com placebo, 144 pacientes recrutados em 11 centros e que apresentavam vertigem recorrente decorrente de Doença de Ménière ou vertigem paroxística posicional, receberam 16 mg de Dicloridrato de Betaistina, 3 vezes ao dia ou placebo por 3 meses. O número mensal de crises de vertigem em pacientes com Doença de Ménière foi significativamente reduzido pelo Dicloridrato de Betaistina (de 6,70 crises para 2,06 crises depois de 3 meses), quando comparado com o placebo desde o primeiro mês e durante o estudo (p< 0,05). As escalas de auto-preenchimento para mensuração da intensidade das crises, duração e sintomas associados à vertigem (tinnitus, plenitude aural, náusea, vômito) mostraram uma melhora significativamente maior no grupo tratado com Dicloridrato de Betaistina, quando comparado ao grupo tratado com placebo (p< 0,001 – p< 0,02)2.
Não foram observados efeitos adversos após administração por três meses de doses orais de até e acima de 250 mg/kg de Dicloridrato de Betaistina em cachorros e ratos, respectivamente. Efeitos colaterais sobre Sistema Nervoso foram verificados em cachorros e babuínos após administração intravenosa de doses de e acima de 120 mg/kg. Observou-se emese após doses orais e intravenosas de de 300 mg/kg e 120 mg/kg, respectivamente, em cachorros e esporadicamente em babuínos.
Betaistina demonstrou não ter efeitos mutagênicos.
Referências Bibliográficas:
1. Oosterveld, W.J.; Blijleven, W.; VAN Elferen, L.W.M. Betahistine versus placebo in paroxysmal vertigo; a double-blind trial. J Drug Ther Res., 14, p. 122-126, 1989.
2. Mira, E.; Guidetti, G.; Ghilardi, P.L.; Fattori, B.; Malannino, N.; Maiolino, L.; Mora, R.; Ottoboni, S.; Pagnini, P.; Leprini, M.; Pallestrini, E.; Passali, D.; Nuti, D.; Russolo, M.; Tirelli, G.; Simoncelli, C.; Brizi, S.; Vicini, C.; Frasconi, P. Betahistine dihydrochloride in the treatment of peripheral vestibular vertigo. Eur Arch Otorhinolaryngol, 260(2), p. 73-77, 2003.
Características Farmacológicas
Farmacodinâmica
O mecanismo de ação exato da betaistina encontra-se parcialmente esclarecido.
Existem várias hipóteses plausíveis suportadas por dados de estudos em animais e humanos:
Betaistina afeta o sistema histaminérgico
Betaistina apresenta uma ação agonista parcial sobre os receptores histamínicos H1 e antagonista sobre os receptores H3 em tecido neuronal, e tem atividade negligenciável sobre os receptores H2. A betaistina aumenta o turnover e liberação de histamina através do bloqueio de receptores pré-sinápticos H3 e indução da regulação do receptor H3.
Betaistina pode aumentar o fluxo sanguíneo tanto para a região coclear como para todo o cérebro
Testes farmacológicos realizados em animais demonstram que Dicloridrato de Betaistina melhora a circulação sanguínea do ouvido interno, provavelmente por ação relaxante nos esfíncteres pré-capilares da microcirculação do ouvido interno. Betaistina também demonstrou aumentar o fluxo sanguíneo cerebral em humanos.
Betaistina facilita a compensação vestibular
A betaistina acelera a recuperação do vestíbulo após neurectomia em animais, promovendo e facilitando a compensação vestibular. Este efeito, caracterizado por uma regulação no turnover e liberação de histamina, é mediado por antagonismo dos receptores H3. Em humanos, o tempo de recuperação depois de uma neurectomia vestibular foi reduzido quando tratados com betaistina.
Betaistina altera a ativação neuronal no núcleo vestibular
Determinou-se, também, que a betaistina apresenta um efeito inibitório dose-dependente na geração do pico neural nos núcleos vestibulares lateral e médio.
As propriedades farmacodinâmicas demonstradas em animais podem contribuir com o benefício terapêutico da betaistina no sistema vestibular.
A eficácia da betaistina foi demonstrada em estudos com pacientes com vertigem vestibular e com a Síndrome de Ménière pela melhora da severidade e da frequência dos ataques de vertigem.
Farmacocinética
Absorção
Oralmente administrado betaistina é prontamente e quase completamente absorvido por todas as partes do trato gastrointestinal. Após absorção, a betaistina é rapidamente e quase totalmente metabolizada em ácido 2-piridilacético (2-PAA).
Os níveis plasmáticos de betaistina são muito baixos. Todas as análises farmacocinéticas são, portanto, baseadas em medidas de 2-PAA no plasma e urina.
A concentração máxima (Cmax) de betaistina após a ingestão de alimentos é menor do que a observada quando em jejum. Entretanto, a absorção total de betaistina é semelhante nas duas condições, indicando que a ingestão de alimentos somente retarda sua absorção.
Distribuição
A porcentagem da betaistina que é ligada à proteína plasmática sanguínea é menor que 5%.
Biotransformação
Depois de absorvida, a betaistina é rapidamente e quase totalmente metabolizada em 2-PAA (que não apresenta atividade farmacológica). Depois da administração oral de betaistina a concentração plasmática máxima (e urinária) de 2-PAA é observada após uma hora da administração e declina com meia vida de eliminação de aproximadamente 3,5 horas.
Excreção
2-PAA é rapidamente eliminado na urina. A dose de betaistina varia de 8 mg a 48 mg e cerca de 85% da dose original é encontrada na urina. A excreção renal ou fecal de betaistina é mínima.
Linearidade
A taxa de recuperação é constante, ao longo da dose oral de 8-48 mg, indicando que a farmacocinética da betaistina é linear e sugerindo que as vias metabólicas envolvidas não são saturadas.
Dados de segurança pré-clínicos
Toxicidade Crônica
Reações adversas no sistema nervoso foram observadas em cachorros e babuínos depois de doses intravenosas de aproximadamente 120 mg/Kg.
Estudos sobre toxicidade oral crônica de Dicloridrato de Betaistina foram realizados em ratos por um período de 18 meses e em cachorros por 6 meses. Doses de 500 mg/Kg em ratos e 25 mg/Kg em cachorros foram toleradas sem causar alterações nos parâmetros clínicos hematológicos e químicos. Não existem achados histológicos relatados sobre o tratamento com essas dosagens. Depois de aumentar a dose para 300 mg/Kg os cachorros vomitaram. Em um estudo de investigação com betaistina e ratos durante 6 meses com 39 mg/Kg hiperemia em alguns tecidos foram reportados na literatura. Os dados apresentados na publicação são limitados. Portanto, o impacto desses achados nesse estudo não é claro.
Potencial mutagênico e carcinogênico
Betaistina não tem potencial mutagênico.
Estudos especiais de carcinogenicidade não foram realizados com Dicloridrato de Betaistina. Entretanto, em estudos de toxicidade crônica de 18 meses em ratos não houve indicação de tumor, neoplasias ou hiperplasias nos exames histopatológicos. Portanto, Dicloridrato de Betaistina até a dose de 500 mg/Kg não demonstrou nenhuma evidência de potencial carcinogênico neste estudo limitado de 18 meses.
Toxicidade na reprodução
Betaistina não tem efeitos sobre a fertilidade em ratos machos e fêmeas, e não é teratogênica em ratos e coelhos com doses ≤ 1000 mg/kg para ratos e ≤ 75 mg/kg em coelhos. Em um estudo com ratas em desenvolvimento pré e pós-natal, com doses tóxicas de 1000 mg, foram observados filhotes F1 com menor peso, menor tamanho e menor viabilidade, e aumento da perda pós-implementação na geração F1. Foram observadas médias menores para o teste de resposta de sobressalto em filhotes F1 em grupos de dose de 300 e 1000 mg/kg. Não foram observados efeitos no desenvolviment pré e pós-natal em dosagem de 100 mg/kg. A relevância das mudanças observadas em doses mais elevadas para seres humanos é desconhecida.
Como guardar o Dicloridrato de Betaistina? Armazenamento
Manter em temperatura ambiente (15°C a 30°C). Proteger da luz e umidade.
Lote e validade: ver na embalagem.
Não use após o vencimento. Mantenha na embalagem original.
Aspecto físico
Comprimido 8mg
Comprimidos brancos, redondos, com um lado riscado e o outro liso.
Comprimido 16mg e 24mg
Comprimidos brancos, redondos, com um lado riscado e o outro com logotipo "a".
Se o aspecto estiver diferente, mesmo dentro do prazo, consulte o farmacêutico.
Mantenha fora do alcance de crianças.
Informações Legais
MS | |
Comprimido 8 mg | 1.0573.0557 |
Comprimido 16 mg e 24 mg | 1.0573.0559 |
Farmacêutico Responsável:
Gabriela Mallmann
CRF-SP nº 30.138
Registrado por:
Aché Laboratórios Farmacêuticos S.A.
Av. Brigadeiro Faria Lima, 201 – 20º andar
São Paulo – SP
CNPJ 60.659.463/0029-92
Indústria Brasileira
Fabricado e embalado por:
Aché Laboratórios Farmacêuticos S.A.
Guarulhos – SP
Ou
Embalado por:
Aché Laboratórios Farmacêuticos S.A.
Cabo de Santo Agostinho - PE
A Biosintética é a marca de Genéricos do Aché.
Venda sob prescrição médica.