Bula Cloridrato de Donepezila FURP

Cloridrato de Donepezila é usado para tratar os sintomas da doença de Alzheimer leve, moderada e grave. O diagnóstico deve ser feito por critérios médicos reconhecidos, como DSM IV e CID10.

Informações extras: Cloridrato de Donepezila

Não deve ser usado por pacientes alérgicos ao cloridrato de donepezila, derivados de piperidina ou qualquer componente da fórmula.

Deve ser administrado por via oral, uma vez ao dia.

Dosagem do Cloridrato de Donepezila

Adultos/Idosos

Doses eficazes: 5 mg ou 10 mg para casos leves a moderados. Dose inicial: 5 mg/dia, podendo aumentar para 10 mg/dia após 4-6 semanas.

Tratamento contínuo

O tratamento deve continuar enquanto houver benefício para o paciente. A interrupção causa perda gradual dos efeitos.

Não há evidência de efeito rebote após parada súbita.

Problemas nos rins

Pacientes com insuficiência renal podem seguir a mesma dosagem.

Problemas no fígado

Pacientes com insuficiência hepática leve a moderada podem usar a dosagem padrão.

Crianças e adolescentes

Não há estudos que comprovem segurança ou eficácia em crianças.

Esqueceu de tomar?

Se esquecer uma dose, tome assim que lembrar. Se estiver perto da próxima dose, ignore a esquecida. Nunca tome dose dupla.

Não parta, abra ou mastigue o comprimido.

Anestesia

Pode aumentar o efeito de relaxantes musculares durante procedimentos cirúrgicos.

Doenças cardíacas

Pode causar batimentos cardíacos lentos, especialmente em pacientes com problemas de ritmo cardíaco.

Problemas digestivos

Pode aumentar a produção de ácido estomacal. Pacientes com úlcera ou que usam anti-inflamatórios devem ser monitorados.

Pode causar diarreia, náuseas e vômitos, principalmente na dose de 10 mg/dia.

Esses efeitos geralmente são leves e temporários, melhorando com o uso contínuo.

Perda de peso

Alguns pacientes podem apresentar perda de peso significativa durante o tratamento.

Problemas neurológicos

Pode desencadear convulsões, embora isso também possa ser sintoma da doença de Alzheimer.

Doenças respiratórias

Deve ser usado com cuidado em pacientes com asma ou doença pulmonar obstrutiva.

Síndrome Neuroléptica Maligna (SNM)

Casos raros de febre alta, rigidez muscular e alterações cardíacas foram relatados. Suspender imediatamente se ocorrerem.

Efeitos musculares (Rabdomiólise)

Pode causar danos musculares, especialmente no início do tratamento. Observar sinais como dor muscular e urina escura.

Pacientes com histórico de problemas musculares, hipotireoidismo ou que usam estatinas requerem atenção especial.

Gravidez e Amamentação

Gravidez

Estudos em animais mostraram riscos. Só deve ser usado se os benefícios superarem os riscos para o feto.

Categoria C de risco na gravidez. Não use sem orientação médica.

Amamentação

Não se sabe se é excretado no leite materno.

Dirigir e operar máquinas

Pode causar tontura e fadiga. A doença de Alzheimer também prejudica a capacidade de atenção.

Não dirija ou opere máquinas durante o tratamento.

Atenção: Contém corantes que podem causar alergias.

Pode causar doping em atletas.

Estudos Clínicos

Alzheimer leve a moderado

Efeitos mais comuns (dose de 10 mg/dia): diarreia, câimbras, cansaço, náusea, vômito e insônia (Tabela 2).

Outros efeitos: dor de cabeça, dor generalizada, acidentes, resfriado, desconforto abdominal e tontura.

Tabela 2. Efeitos adversos relatados em estudos (ocorrem em ≥2% dos pacientes e mais que placebo)

Alzheimer grave

Efeitos mais comuns: diarreia, náuseas e comportamento agressivo (Tabela 3).

Tabela 3. Efeitos adversos em pacientes com Alzheimer grave (ocorrem em ≥5% e mais que placebo)

^a n=477 (10 mg), n=96 (5 mg)

Relatos após comercialização

Foram relatados: alucinações, agitação, convulsões, hepatite, úlceras, sangramento digestivo e problemas musculares.

Reporte efeitos adversos ao VigiMed (http://portal.anvisa.gov.br/vigimed) ou à Vigilância Sanitária.

Estudos em animais

Doses altas causaram sinais de intoxicação como convulsões e dificuldade respiratória.

Sintomas de overdose

Náusea intensa, vômitos, salivação excessiva, batimento cardíaco lento, pressão baixa e convulsões.

Tratamento

Medidas gerais de suporte. Atropina pode ser usada como antídoto. Não se sabe se diálise é eficaz.

Em caso de overdose, ligue para 0800 722 6001.

Evite usar com outros inibidores da colinesterase.

Cetoconazol e quinidina podem aumentar os níveis de donepezila. Antibióticos como eritromicina e antidepressivos como fluoxetina também podem interferir.

Indutores enzimáticos (rifampicina, fenitoína) podem reduzir seus efeitos. Pode interferir com remédios para coração e relaxantes musculares.

Eficácia Clínica

Alzheimer leve a moderado ^1,2,3,4,5

Estudos mostraram melhora significativa na cognição e função global com doses de 5 mg e 10 mg/dia após 24 semanas.

Tabela 1. Pacientes com melhora significativa após 6 meses

*P<0,05; **P<0,01

Alzheimer grave ^6,7,8

Estudos suecos e japoneses mostraram benefícios significativos na função cognitiva e atividades diárias com doses de 10 mg/dia.

Referências Bibliográficas

1. Rogers SL et al. Arch Intern Med 1998; 2. Rogers SL et al. Neurology 1998; 3. Rosen WG et al. Amer J Psychiatr 1984; 4. Joffres C et al. Int Psychogeriatr. 2000; 5. Morris J. Neurology 1993; 6. Winblad B et al. Lancet 2006; 7. Black SE et al. Neurology 2007; 8. Homma A et al. Dement Geriatr Cogn Disord 2008.

Características Farmacológicas

Mecanismo de ação

Inibe a enzima acetilcolinesterase no cérebro, aumentando os níveis de acetilcolina para melhorar a comunicação neuronal.

Farmacocinética

Absorção: Pico em 3-4 horas após dose oral.
Distribuição: Ligação a proteínas plasmáticas de 95%.
Metabolismo: Fígado (enzimas CYP3A4 e CYP2D6).
Eliminação: Principalmente pela urina, meia-vida de 70 horas.
Alimentos não afetam absorção. Idade e problemas hepáticos/renais leves não exigem ajuste.

Segurança Pré-Clínica

Não mostrou potencial carcinogênico ou genotóxico em estudos com animais. Em doses altas, afetou reprodução animal.