O câncer colorretal, também conhecido como câncer de intestino, foi a causa da morte da cantora Preta Gil, aos 50 anos, em julho de 2025. Diagnosticada em 2023, Preta chegou a passar por cirurgias e sessões de quimioterapia, mas enfrentou uma recidiva agressiva com metástases em 2024. O caso trouxe à tona os riscos e desafios associados a esse tipo de câncer, que é um dos mais incidentes no Brasil e no mundo.
O que é o câncer de intestino?
O câncer de intestino se refere aos tumores malignos que se desenvolvem no cólon (parte final do intestino grosso) ou no reto. Juntos, esses tumores são chamados de câncer colorretal. Segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer), é o segundo tipo mais comum entre mulheres e o terceiro entre homens no Brasil, com mais de 45 mil casos novos estimados por ano.
Geralmente, esse câncer se origina a partir de pólipos — pequenas lesões benignas na parede interna do intestino — que, ao longo de anos, podem evoluir para tumores malignos.
Quais são os sintomas?
Os sinais podem ser discretos no início, o que dificulta o diagnóstico precoce. Entre os principais sintomas estão:
- Sangue nas fezes ou sangramento anal;
- Alterações no hábito intestinal (diarreia ou prisão de ventre persistente);
- Dor ou desconforto abdominal;
- Sensação de evacuação incompleta;
- Perda de peso inexplicada;
- Fadiga e anemia.
Fatores de risco
Alguns fatores aumentam a probabilidade de desenvolvimento do câncer colorretal:
Idade acima de 50 anos;
Histórico familiar da doença;
Dieta rica em carnes processadas e pobre em fibras;
Sedentarismo e obesidade;
Consumo excessivo de álcool e tabagismo;
Doenças inflamatórias intestinais, como retocolite ulcerativa e doença de Crohn.
No caso de Preta Gil, o diagnóstico aconteceu ainda em seus 40 e poucos anos, o que reforça a importância da vigilância mesmo fora da faixa etária considerada de maior risco.
Como é feito o diagnóstico?
O exame mais eficaz para detecção precoce é a colonoscopia, capaz de identificar e remover pólipos antes que evoluam para câncer. Quando o tumor já está presente, o exame pode indicar sua localização e permitir biópsias para confirmação laboratorial.
Exames complementares como tomografias e ressonâncias ajudam a avaliar a extensão da doença, especialmente quando há suspeita de metástase — como ocorreu no caso de Preta, que teve comprometimento de linfonodos, peritônio e ureter.
Tratamento e prognóstico
O tratamento depende do estágio do câncer e pode incluir:
Cirurgia, para retirada do tumor e, às vezes, de parte do intestino;
Quimioterapia, usada antes ou depois da cirurgia, ou em casos avançados;
Radioterapia, principalmente para tumores localizados no reto;
Imunoterapia ou terapias-alvo, em alguns subtipos genéticos específicos.
O câncer colorretal é tratável e, quando diagnosticado precocemente, tem alta taxa de cura — superior a 90%. No entanto, nos casos avançados ou com recidiva metastática, como o de Preta Gil, o prognóstico se torna mais reservado, e o tratamento foca em controle da doença e qualidade de vida.
A importância do rastreamento
O Ministério da Saúde recomenda a realização de colonoscopia a partir dos 50 anos, ou antes, caso haja histórico familiar. O rastreamento pode prevenir até 80% dos casos por meio da remoção de pólipos antes de se tornarem malignos.
A morte de Preta Gil, que compartilhou sua jornada com transparência e coragem, reacende a discussão sobre a prevenção, o acesso ao diagnóstico precoce e o cuidado integral com a saúde intestinal.